07 de setembro de 2024
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BONITO CINESUR

Edu Mendes revela detalhes sobre o FIC de 2024

Diretor-presidente da FCMS também defendeu o potencial turístico do festival de cinema

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A cerimônia de abertura da 2ª edição do Bonito CineSur aconteceu na noite de 19 de julho, no Centro de Convenções de Bonito (MS), prometendo ser um marco na agenda anual do cinema sul-americano. Matéria publicada originalmente no TeatrineTV.

Entre as autoridades presentes, o diretor-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), Edu Mendes, falou ao TeatrineTV sobre a importância de eventos de grande porte acontecerem em cidades turísticas. "Na abertura de hoje, a Lucélia Santos disse que já veio três vezes a Bonito. É o que demonstra a vontade das pessoas de estarem aqui. Eu lembro que no ano passado, no meio do Festival [de Inverno], a Fafá de Belém fez três vídeos das belezas naturais de Bonito que explodiram no Brasil, então isso é muito importante pra gente trazer o público", relatou.

Para Mendes, o Bonito CineSur tem potencial de seguir o caminho traçado por grandes festivais nacionais. "A gente tem que sempre pensar na questão turística. O nosso maior festival de cinema no Brasil se encontra em Gramado e não é à toa: é uma cidade turística, em que muito foi investido pelo governo do Rio Grande do Sul, através da videoprodutora daquela região. Como todos os grandes eventos, eles acontecem num lugar turístico e ao escolher Bonito, não tem como falar nada diferente, é o nosso maior cartão-postal turístico do estado e é um cartão postal que realmente pode agregar muito, não só pro audiovisual, mas também para toda a questão da cultura", argumentou.

O diretor-presidente da FCMS falou também da importância da aproximação entre o mercado audiovisual do Brasil e de outros países sul-americanos. "Se pensarmos no turismo, nós às vezes estamos de costas para os outros países sul-americanos. O Brasil tem uma visão muito voltada pra Europa, pros Estados Unidos e não olha pra trás. É importante a gente olhar pra esse lado da América do Sul e trazer turismo, discutir cinema e conhecer essas culturas, porque muitas coisas são parecidas ou muitas vezes são até iguais. Essa integração é muito importante", defendeu.

Mendes ainda relatou uma conversa que teve com o governador Eduardo Riedel (PSDB), ausente no Festival. "Eu encontrei o governador essa semana, durante outra agenda e ele me perguntou se eu viria ao CineSur. Eu disse que viria e até pode parecer que foi conversa, mas o governador é um cara que adora a cultura e ele falou: 'Poxa, infelizmente eu não vou poder estar lá, eu tenho agenda no Pantanal'. É a vontade do governador que a gente tenha sim eventos culturais no nosso estado, eventos de referência que podem agregar valor no futuro. Pode ter certeza que o CineSur vai contribuir muito para que a gente traga renda para o nosso estado". 

Foto: Tero Queiroz | TeatrineTVFoto: Tero Queiroz | TeatrineTV

FIC 2024

Ao ser questionado a respeito do lançamento do edital do Fundo de Investimentos Culturais (FIC) desse ano, Edu Mendes foi categórico. "Nós finalizamos os editais e a ideia é que a gente passe na nossa próxima reunião de colegiado e ainda no final do mês a gente prepare pra soltar nas plataformas, a partir da primeira semana de agosto", explicou, acrescentando uma novidade sobre o principal mecanismo público de financiamento de projetos culturais de Mato Grosso do Sul. "Nós vamos trazer alguns editais diferentes, serão quatro editais, onde a gente vai poder ter algumas categorias separadas, pra poder cada vez mais fomentar a cultura do nosso estado", detalhou.

Conforme o diretor-presidente da FCMS, a previsão é de que os procedimentos sejam ágeis e que o pagamento dos editais ocorra ainda esse ano. "A gente não tem tanta pressa agora, porque o FIC é digital, então a agilidade dele é muito grande e eu creio que em quatro ou cinco meses a gente termine e já consiga fazer os pagamentos, que seria ainda no ano de 2024, como fizemos em 2023", revelou.

FUTURO DO AUDIOVISUAL

Para Edu Mendes, a importância do audiovisual enquanto parceiro de outras linguagens artísticas pôde ser percebida nos últimos anos. "A gente já compreendeu na pandemia, a gente aprendeu com a Paulo Gustavo, que o audiovisual ele pode retratar todas as áreas da cultura e ele é o futuro de muitos artistas, de muita gente que chega numa determinada fase da vida e olha e fala: 'poxa, dá pra fazer um documentário, dá pra procurar um roteirista e fazer uma coisa mais interessante'. Acho que é um investimento importante", opinou.

Ciente do pouco recurso que o FIC fornece às produções audiovisuais sul-mato-grossenses, Mendes defendeu a criação de um novo mecanismo de financiamento ao setor. "Quando a gente fala de audiovisual, a gente sabe que o FIC é ainda muito pequeno pro tamanho que o audiovisual é. Acho que a gente tinha que pensar numa linha de financiamento de produção de audiovisual. Nós estamos agora muito firmes com a Film Comission, mudamos um pouco a sua estruturação pra poder efetivá-la de verdade e eu acho que o estado merece uma linha de crédito específica pro audiovisual", justificou.

Por fim, ao tratar a viabilidade de grandes eventos, como o Bonito CineSur, Mendes defendeu a diversificação na captação de recursos. "Trazer um festival pra cá, discutir a América Latina, a América do Sul principalmente, aqui é importantíssimo. Então eu acho que é muito louvável a iniciativa privada entrar, buscar os seus colaboradores, os seus patrocínios, ir atrás das grandes leis de incentivo e também buscar apoio do governo. Acho que esse é um bom tempero pra gente ter um grande evento: A iniciativa privada, juntamente com o governo e as empresas, pra poder fomentar", concluiu.

A programação do Bonito CineSur segue até 27 de julho.