A Polícia Civil do Rio Grande do Sul afirma que Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar um bolo que resultou na morte de três pessoas durante uma confraternização em Torres, no Litoral Norte, pode ser uma serial killer.
De acordo com as investigações, além das vítimas do bolo envenenado, Deise também foi responsável pela morte de seu sogro, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro de 2024, por meio de leite em pó contaminado com arsênio.
Durante coletiva de imprensa, a polícia revelou que Deise agiu movida por desavenças antigas com membros da família do marido. Uma das principais motivações foi um conflito com sua sogra, Zeli Terezinha Silva dos Anjos, relacionado a um saque de R$ 600 ocorrido há 20 anos.
Embora a dívida tenha sido quitada no dia seguinte, Deise usou o episódio para justificar suas ações. A sogra sobreviveu ao envenenamento, mas sua prima, Tatiana Denize Silva dos Santos, morreu após consumir o bolo contaminado.
Outro motivo apontado foi o ressentimento de Deise com Tatiana por ela ter se casado na igreja que Deise desejava usar para seu próprio casamento. Segundo a delegada Sabrina Deffente, "essas justificativas demonstram um planejamento premeditado e uma tentativa de criar narrativas que escondessem os verdadeiros motivos dos crimes".
Crimes planejados com precisão
Deise é acusada de adquirir arsênio em quatro ocasiões, entre setembro e dezembro de 2024, utilizando plataformas online. A substância, descrita como um pó branco inodoro e insípido, foi misturada ao bolo e ao leite em pó consumidos pelas vítimas.
Paulo Luiz dos Anjos, o sogro de Deise, morreu em setembro após consumir bananas e leite em pó contaminados. A perícia confirmou que ele ingeriu 264 miligramas de arsênio, uma quantidade letal.
Na confraternização familiar de dezembro, Deise misturou o veneno à farinha utilizada para preparar o bolo. O crime resultou na morte de Tatiana, além de dois outros familiares, e na internação de mais quatro pessoas.
A polícia acredita que Deise é uma 'serial killer', poi praticava homicídios em série, sendo responsável por outros envenenamentos em pessoas próximas. A delegada Sabrina Deffente destacou que a suspeita apagava as provas que poderiam incriminá-la, o que explica por que permaneceu sem ser descoberta por tanto tempo.
Com base nas evidências, Deise foi presa preventivamente no início de janeiro, acusada de triplo homicídio qualificado e tripla tentativa de homicídio. A investigação, batizada de "Operação Acqua Toffana", referência a um veneno amplamente utilizado no século XX, busca identificar se há mais vítimas no círculo social e familiar da suspeita.