21 de dezembro de 2024
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TRAGÉDIA

PF investiga crime doloso em acidente aéreo que matou 62 pessoas em SP

Polícia apura se aeronave estava com a manutenção em dia

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A equipe da Polícia Federal (PF) responsável por investigar o acidente aéreo que resultou na morte de 62 pessoas em Vinhedo, São Paulo, na última sexta-feira (9/8), está aguardando os laudos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) e da Força Aérea Brasileira (FAB) para determinar as causas da tragédia e identificar possíveis responsáveis.

De acordo com o jornal Metrópoles, Fontes ligadas à investigação, destacam que é cedo para apontar suspeitos, mas não descartam a possibilidade de se tratar de crime culposo, devido à negligência ou imprudência, ou até mesmo crime doloso com dolo eventual, onde o risco é assumido, mesmo sem intenção direta.

A PF examinará se a aeronave ATR-72 da VoePass, prefixo PS-VPB, estava com a manutenção em dia e se todos os equipamentos necessários para o voo estavam funcionando corretamente. Ex-funcionários da empresa já relataram problemas em outras aeronaves da companhia, incluindo a utilização de um palito de fósforo para solucionar um problema no botão que ativa o sistema antigelo.

Uma falha nesse sistema é uma das possíveis causas investigadas para a queda do avião, que despencou quase 4 mil metros em um minuto, em um movimento conhecido na aviação como “parafuso chato”. Dados meteorológicos indicam que havia formação de gelo na altitude em que a aeronave voava, na região do acidente.

A conduta do piloto também será analisada, com base nos diálogos gravados pelas caixas-pretas do avião, que estão sendo examinados pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Segundo uma reportagem da TV Globo, o gravador de voz da cabine registrou o copiloto discutindo a necessidade de “dar potência” à aeronave momentos antes da queda, além de gritos de passageiros.

De acordo com os investigadores, a análise inicial do áudio da cabine, por si só, não é suficiente para determinar a causa do acidente, que ocorreu no jardim de uma residência em um condomínio de Vinhedo.