Nesta 5ª.feira (27.jun.24), a Polícia Federal deflagrou a Operação Disclosure, visando desarticular um esquema de fraudes contábeis nas Lojas Americanas que totalizam cerca de R$ 25 bilhões. Os alvos principais são o ex-CEO Miguel Gutierrez e Anna Christina Ramos Saicali, diretora da empresa, ambos foragidos.
A ação também incluiu o cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão contra ex-executivos do grupo, com bloqueio de R$ 500 milhões em bens determinado pela 10ª Vara Federal Criminal.
Segundo a PF, a fraude consistia na manipulação de resultados financeiros para inflar artificialmente o valor das ações da Americanas, permitindo que os executivos recebessem bônus milionários e lucrando com a venda das ações. A investigação teve início em janeiro de 2023, após a empresa reportar inconsistências contábeis que inicialmente estimavam um rombo de R$ 20 bilhões, posteriormente revisado para R$ 43 bilhões.
A Americanas se posicionou como vítima da fraude cometida pela gestão anterior, afirmando confiar nas autoridades para responsabilizar judicialmente os envolvidos. A operação contou com apoio do Ministério Público Federal (MPF) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
"A expressão “disclosure” é muito utilizada no mercado financeiro e significa o ato de fornecer informações para todos os interessados na situação de uma companhia, que pode ser traduzido como o ato de dar transparência à situação econômica da empresa", esclareceu a PF em nota.
O escândalo abalou a reputação da empresa, levando-a a entrar com pedido de recuperação judicial após perder o apoio dos credores e enfrentar graves repercussões no mercado financeiro.
