22 de novembro de 2024
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INTERNACIONAL | ITÁLIA

Padre Spagnesi rouba fiéis e faz festa regada a orgias e "droga do estupro"

Religioso foi preso em 14 de setembro e disse: "vórtice da cocaína me engoliu"

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Don Francesco Spagnesi, de 40 anos, foi preso no último dia 14 de setembro em Prato, na região de Toscana, na Itália. Ele está em domiciliar acusado de tráfico de drogas e peculato. A polícia acusa o padre de atuar na importação de drogas do exterior, no desvio de dinheiro dos fiéis e ainda, diz que ele teria organizado orgias regadas a álcool e consumo de cocaína. O padre também teria pedido aos fiéis que pagassem um cartão pré-pago em seu nome. 

A polícia diz que além da cocaína, nas festas do religioso tinha uma droga chamada GHB: ecstasy Líquido,  um químico depressor também com acção psicodélica. Estima-se que milhares de doses de GHB, que também é conhecida como "droga do estupro", foram compradas da Holanda pela internet, desde 2019. 

Spagnesi estaria realizando as ações criminosas há 2 anos, mas não estaria sozinho. No dia 14 de setembro Spagnesi foi preso em frente a paróquia de Castellina, no oeste da cidade de Prato.

O padre foi identificado como parte de um grupo que importava os entorpecentes e organizava as festas clandestinas.

Segundo a polícia, o padre pedia ofertas a fiéis com a justificativa de auxiliar famílias carentes, e o dinheiro era enviado aos seus parceiros por meio de sites de encontros sexuais. "Dor e consternação, nos relatos da paróquia disse-me que eram uma ajuda para os necessitados", confirmou o bispo de Prato, monsenhor Giovanni Nerbini, ao jornal italiano La Repubblica.

Frequentadores da paróquia relatam que recebiam ligações de Dom Francesco com uma frequência inusitada. "Ele nos pediu somas de dinheiro para ajudar famílias em dificuldade. Dói saber que abusou de nossa confiança e usou o dinheiro para ações criminosas", disse um deles ao jornal.

Um de seus cúmplices seria Alessio Regina, de 40 anos, também em prisão domiciliar. Ele era alvo de uma ação policial para investigar a importação criminosa de drogas do exterior, a mesma que levou os investigadores a chegarem ao padre.

Os encontros teriam acontecido na casa de outro cúmplice, em Prato. Ao todo, participavam das festas cerca de 12 pessoas, mas foram encontrados por volta de 200 contatos no celular do religioso, que continha "vestígios evidentes da atividade ilegal".

"São notícias que um padre e um pastor nunca gostariam de ter e que afetam toda a diocese. Neste momento quero estar particularmente próximo da comunidade paroquial de Castellina, compartilhando seus sofrimentos e desconfortos", afirmou o bispo.

“O vórtice da cocaína me engoliu, peço desculpas a todos” disse Don Francesco Spagnesi. Ele fez uma promessa: "Devolverei o dinheiro que roubei à cúria e a caridade dos meus paroquianos para comprar drogas. Eles serão reembolsados. Vou vender tudo o que me pertence, até a casa da montanha". Ele deve um total de 300 mil euros. 

SOROPOSITIVO 

O padre é acusado ainda de participar das festas clandestinas regadas também a sexo ele, porém, não informava a ninguém sobre sua sorologia positiva para o HIV, doença causada pela AIDS. O procurador de Prato suspeita que possa ter infectado várias pessoas. O pároco defendeu-se alegando que não avisou ninguém porque estava a tomar medicamentos antivirais.

O risco de ele ter infectado os participantes são grandes, dizem os investigadores. A polícia diz ainda que outros dois do grupo clandestino se declararam soropositivos.