Kênnia Yanka Leão divulgou na quinta-feira (30.jun.22) o teor de mensagens eviadas pelo seu ex-namorado, Felipe Gabriel Jardim Gonçalves, de 26 anos. "Matei seu pai. Falei para não acabar com a minha carreira", justificou o suspeito preso na quarta-feira (29.jun.22).
Em 27 de junho, Felipe invadiu a farmácia do ex-sogro, o policial civil aposentado João do Rosário Leão, de 63 anos, em uma avenida movimentada do setor Bueno, área nobre da capital de Goiânia (GO), e lá executou o idoso a tiros. Na sequência, Felipe fugiu.
O suspeito foi capturado em uma casa no Conjunto Riviera, bairro da região leste da capital. O endereço e outros locais eram monitorados. A principal suspeita dos investigadores se confirmou: Felipe vinha sendo acobertado por amigos e parentes.
A violência brutal do crime, flagrada por uma câmera de monitoramento na segunda-feira (27.jun.22). Veja:
O comportamento agressivo e ameaçador de Felipe já tinha virado caso de polícia em outros momentos. João Rosário Leão registrou uma ocorrência contra Felipe por ameaçar sua filha, que na época do registro era namorada do jovem. Durante uma festa, o rapaz também fez disparos para o alto após brigar com ela e o idoso.
CAC
Felipe tinha registro CACs (caçadores, atiradores e colecionadores). Porém, testemunhas contaram que ele se apresentava como policial, às vezes militar e às vezes penal, estando constantemente armado e fazia disparos várias vezes.
“A gente soube, no entanto, que ele usava essa arma frequentemente, sacando em discussões com a namorada, em brigas de trânsito”, disse o delegado.
O acusado é ex-vigilante penitenciário temporário (VPT) e ex-policial militar (PM) temporário em Goiás. Ele tentava uma vaga como efetivo na Polícia Militar.
Segundo o delegado Rhaniel Almeida, que investiga o caso, o registro do boletim de ocorrência poderia prejudicar o possível ingresso do rapaz na Polícia Militar e isso teria motivado o crime. Ao ser preso na casa de parentes enquanto tentava se esconder da polícia, Felipe Gabriel gritou algumas vezes que o sonho de ser policial tinha acabado.
VIOLENTO E AMEAÇADOR
Em áudio revelado pelo Portal Metrópoles, Felipe grita com a namorada:
“Pode denunciar, pode me matar, que eu vou matar todo mundo antes disso. Eu mato todo mundo. Não tô nem aí. Não tô nem aí para a polícia. Não tô nem aí para porra nenhuma. Não tô nem aí para minha profissão”, afirmou o homem. Ele é ex-vigilante penitenciário temporário (VPT) e ex-policial militar (PM) temporário em Goiás.
SOBREVIVENTE
Kênnia Yanka revelou ainda que teme a saída do assassino da prisão. “Como a Justiça dá o direito de ele ter um habeas corpus, esperar a decisão do juiz solto, no caso, ele vai ficar solto e eu vou ficar presa. Todo mundo viu a raiva que ele estava, o ódio no olhar dele. Ele não expressava arrependimento”, desabafou a jovem.
O casal namorou por um ano. No início, o relacionamento era bom, mas meses depois Felipe Gabriel teria mudado e se revelado uma pessoa agressiva, segundo ela.
“Me xingava, me agredia, mas nunca achei que seria capaz de matar. Se eu olhasse para o lado, ele achava que eu estava olhando para alguém e começava uma discussão. Em qualquer lugar que fosse, ele começava a me humilhar, puxar pelo braço e era abusivo”, contou Kênia Yanka.