O laudo da perícia policial no quarto 502, de onde o funkeiro MC Kevin caiu na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, concluiu que a morte foi um acidente. O resultado saiu ontem (23. maio), uma semana após a morte do cantor.
A polícia trouxe com detalhes os últimos segundos de vida de Kevin. A perícia traçou a trajetória exata da queda do MC e os últimos esforços que ele fez para não cair.
A polícia apontou que o laudo levantou detalhes do que aconteceu na tarde do domingo (16. maio). No quarto estavam de fato o amigo MC VK e a modelo Bianca Domingues, que fazia sexo com a dupla em troca de R$ 1 mil por cada.
O perito que assinou o documento investigativo é Luiz Alberto Moreira Coelho. Ele disse que encontrou o quarto 502 em completo desalinho: camas fora de lugar, roupas íntimas espalhadas pelo chão. Nas camas e no banheiro, embalagens de preservativo e uma grande quantidade de toalhas usadas. Vestígios de que o apartamento foi abandonado às pressas.
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O relatório aponta que havia só um pé da sandália de Bianca, esquecido ao lado da cama. Bate com o depoimento dela à polícia, em que disse que desceu desesperada descalça.
Na mesinha que fica em cima do frigobar, várias garrafas: gim, energético e, ao lado de um cordão dourado, uma garrafa de champanhe que custa em torno de R$ 1,5 mil, consumida pela metade.
Os depoimentos indicam que a festa foi muito mais pesada do que mostram essas sobras abandonadas.
A perícia não encontrou nenhum indício de briga ou de ações violentas no quarto. Apesar de toda a bagunça, em um primeiro olhar, nada ali indicava que a festa tinha terminado mal. Mas quando chegou à sacada, o perito teve elementos para reconstituir exatamente o que aconteceu, começando pelas marcas dos dedos no vidro da varanda.
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Tanto Bianca quanto o MC VK dizem que viram Kevin tentando dar um impulso com o corpo antes de cair do quinto andar.
O laudo confirma que MC Kevin não caiu em linha reta, chegando no chão a uma distância de 4 metros da varanda de onde se atirou. Segundo a perícia, ele despencou de uma altura de 15 metros e teve dois pontos de impacto antes de cair no chão: primeiro, bateu na marquise do bar da piscina, escorregou dali e ainda resvalou no guarda-corpo da piscina antes de chegar ao local onde o corpo foi encontrado.
A perícia concluiu que Kevin caiu de pé, olhando para a fachada do prédio. Quando bateu no teto do bar da piscina, ele ainda tentou se segurar. O perito encontrou ali a marca de mão esquerda espalmada, com indícios de arraste. Na clarabóia, ficou marcada a mão do MC, o retrato de um último esforço para não cair ainda mais.
Ele não conseguiu, até porque, segundo o laudo, a parte inferior da face, área da mandíbula, veio a atingir a “quina” desta laje. O impacto deixou uma pequena mancha de sangue e causou um grande ferimento na face, com fratura do osso nasal, maxilar e mandibular, e com uma ferida de três centímetros na língua.
O cercado da piscina tem a marca de que o corpo resvalou ali antes da última queda, de barriga para baixo, no pé da escada.
FONTE: G1.