15 de janeiro de 2025
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SERIAL KILLER

Homicida do bolo envenenado teria dado lanche contaminado à sogra

Deise Moura dos Anjos é investigada por matar familiares com arsênio

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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul está analisando se alimentos levados por Deise Moura dos Anjos para sua sogra, Zeli Terezinha Silva dos Anjos, continham arsênio, substância letal já confirmada em outros crimes atribuídos à suspeita. Deise, que está presa temporariamente, é a principal acusada de envenenar um bolo que matou três pessoas durante uma confraternização familiar em dezembro de 2024, em Torres, no litoral norte do estado.

De acordo com a polícia, Zeli, que estava hospitalizada no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, recebeu de Deise bombons, barra de cereal e outros itens. Após ser alertada pela Polícia Civil, a família entregou os alimentos para análise do Instituto-Geral de Perícias (IGP). A sogra, que sobreviveu ao envenenamento ocorrido em dezembro, já recebeu alta hospitalar.

Histórico de crimes e motivação

As investigações apontam que Deise Moura agiu de forma premeditada, utilizando arsênio, adquirido pela internet, para cometer uma série de homicídios em sua família. Além do episódio do bolo envenenado, no qual morreram três pessoas – incluindo Tatiana Denize Silva dos Santos, prima do marido de Deise – a suspeita é acusada de ter envenenado seu sogro, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro de 2024. Paulo morreu após consumir leite em pó contaminado, misturado a alimentos levados por Deise.

A polícia revelou que as ações de Deise foram motivadas por desavenças familiares de longa data. Entre os conflitos, está um saque de R$ 600 realizado por sua sogra há mais de 20 anos, que, embora tenha sido quitado rapidamente, foi usado pela acusada como justificativa para seus atos. Outro motivo foi o ressentimento com Tatiana, que teria se casado na mesma igreja que Deise desejava para sua cerimônia.

Segundo a delegada Sabrina Deffente, as explicações apresentadas pela acusada demonstram um comportamento frio e calculista. “Essas justificativas demonstram um planejamento premeditado e uma tentativa de criar narrativas que escondessem os verdadeiros motivos dos crimes”, destacou.

Crimes em série e novas investigações

Deise é acusada de ser uma 'serial killer', cometendo homicídios em série contra pessoas próximas. A "Operação Acqua Toffana", que faz alusão a um veneno amplamente usado em assassinatos históricos, busca identificar se a suspeita pode estar ligada a outros casos de envenenamento ainda não esclarecidos.

Até o momento, as evidências mostram que Deise adquiriu arsênio em ao menos quatro ocasiões entre setembro e dezembro de 2024, utilizando plataformas digitais. O veneno, descrito como um pó branco, sem cheiro ou sabor, foi usado em alimentos como bolo e leite em pó para atacar suas vítimas.

A suspeita foi presa preventivamente no início de janeiro, acusada de triplo homicídio qualificado e tripla tentativa de homicídio. A polícia continua investigando outros possíveis crimes atribuídos à suspeita, enquanto o IGP realiza novas análises para confirmar se o lanche levado ao hospital também estava contaminado.