Danilo Alves Vieira da Silva, de 19 anos, está foragido da polícia sul-mato-grossense até esta 4ª (5.jul.23). Ele é suspeito de matar a tiros e esquartejar o jogador de futebol, Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, de 19 anos, que teve partes do corpo achadas, no domingo (2.jul.23), no Rio Iguatemi, em Sete Quedas (MS).
Apesar de não dizer oficialmente que Danilo é foragido, a Delegacia de Sete Quedas disponibilizou um número — (67) 3479-1480 — para que a população possa fazer denúncias anônimas que levem ao paradeiro de Danilo. Veja uma imagem compartilhada na rede social oficial da delegacia por volta das 21h desta 4ª feira (5.jul.23):
Como mostramos aqui no MS Notícias, o atleta desapareceu na noite do dia 25 de junho, ao ser deixado por amigos em frente à casa da ex-namorada dele, Rúbia Joice de Oliver Luivisetto, de 21 anos. A ex está presa desde a 3ª feira (4.jul.23), suspeita de ter ajudado Danilo na ocultação de cadáver. Segundo o advogado dela, Felipe Cazuo Azuma, como não há cela feminina em Sete Quedas, a suspeita foi transferida para Iguatemi (MS).
A polícia de Sete Quedas realizou mais prisões na 3ª feira. A suspeita inicial era que Danilo estivesse entre os presos, mas a informação não foi confirmada pela delegacia da cidade.
A delegada titular da Polícia Civil de Sete Quedas, Lucélia Constantino de Oliveira, o delegado da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (DEFRON), Marcos Werneck Pereira e representantes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Perícia, prometem dar detalhes da investigação numa coletiva à imprensa, às 10h da 5ª feira (6.jul.23), no Centro Internacional de Convenções de Ponta Porã, Rua Baltazar Saldanha 599, Jardim Ipanema, em Ponta Porã (MS).
VERSÃO DE UM AMIGO
A informação preliminar é que um amigo de Rubia e de Danilo, Cleiton Torres Vobeto, conhecido pelo apelido “Maninho”, compareceu espontaneamente a delegacia e deu detalhes do assassinato bárbaro.
“Maninho” teria contado que Danilo matou o jogador a tiros, após um bate-boca pela madrugada da 2ª feira (26.jun). “Maninho” narrou que estava dormindo na casa de Rúbia, e ao escutar tiros, acordou e se deparou com o jogador se debatendo ferido mortalmente. Danilo teria mandado “Maninho” não falar nada. Armado, Danilo teria ameaçado "Maninho" solicitando ajuda para desfazer-se do corpo. Eles, então, teriam colocado o corpo do atleta em um carro e dirigido até a chácara do pai de Danilo, próxima da divisa de Tacuru (MS).
"Maninho" disse ter ficado surpreso ao descobrir que o jogador havia sido esquartejado, pois nega que isso tenha sido feito. Foi ele quem apontou o local onde a vítima foi jogada.
Apesar de ter admitido que ajudou a ‘se livrar’ do corpo do atleta, “Maninho” segue como colaborador da investigação, em liberdade. A narrativa acima ainda não foi confirmada pela delegada do caso.
VERSÃO DE RÚBIA
Rúbia teria negado que foi até a chácara com Danilo e “Maninho”. A ex teria dito que estava em casa com Danilo num quarto, quando o atleta invadiu o imóvel a chamando de vagabunda. Diante disso, Danilo surgiu pelas costas e desferiu um tiro no jogador de futebol. A suspeita disse que apenas viu Danilo e “Maninho” colocar o corpo no carro e sair. Depois disso, ela foi para a chácara de uma avó, não sabendo o que Danilo e “Maninho” fariam com o corpo. A narrativa acima ainda não foi confirmada pela delegada do caso.
TRATAMENTO DIFERENCIADO
O delegado de Rúbia disse que "existe inversão na investigação", com interpretação equivocada dos fato. "Minha cliente se apresentou à polícia, colaborou e foi presa; o que ela falou não foi levada em conta", reclamou o advogado.
O advogado questiono o fato do tratamento diferente a "Maninho", já que tanto ele quanto a sua cliente estavam na casa no momento do assassinato e ambos se disseram ameaçados pelo autor do disparo, mas apenas ela segue presa.
INCONGRUÊNCIAS NAS VERSÕES
Equipes das polícias Civil e Militar fecharam a quadra da casa onde mora Rúbia, em Sete Quedas, para ralizar uma reconstituição, que seguiu para a zona rural, no trecho do rio onde as partes do corpo foram encontradas.
A reconstituição teria colhido evidências que confrontam a versão apresentada por Rúbia e "Maninho".
O principal conflito é sobre o que ocorreu após a suposta execução a tiros. A polícia disse que uma serra elétrica foi usada para cortar os pedaços do corpo do jogador e que só depois os membros foram jogados no rio.
O QUE ACHARAM DO CORPO
Na 3ª feira (4.jul), o Corpo de Bombeiros encerrou as buscas pelos restos mortais de Pedrosa. Equipe formada por sete bombeiros, entre apoio logístico e mergulhadores, fez varredura em extensão de cerca de 180 km no Rio Iguatemi e nada foi encontrado.
Segundo a corporação, com o que foi encontrado já foi possível identificar a vítima e foi comprovada a materialidade do fato, ou seja, o homicídio qualificado. Os restos mortais foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Ponta Porã.