A ex-lutadora de MMA, Jéssica Leite Ribeiro, de 27 anos, foi encontrada morta enforcada na noite da 4ª feira (5.jul.23), no Estabelecimento Penal Feminino Carlos Alberto Jonas Giordano, em Corumbá (MS). Ela foi condenada a 17 anos e 6 meses de prisão, pelo assassinato do enteado de 1 ano e 5 meses, crime que cometeu em agosto de 2018 em Dourados (MS).
Segundo a polícia, Jéssica deixou uma espécie de carta de despedida. A carta tinha a mesma data do dia em que ela foi encontrada enforcada com lençol em sua cela.
MORTE NA CELA
Segundo o boletim de ocorrência, as detentas encontraram a ex-lutadora inconsciente, pendurada em um lençol amarrado nas barras do banheiro. Elas moveram Jéssica para o centro da cela e realizaram massagens cardíacas nela, na tentativa de salvar sua vida.
Às 23h10, os agentes penitenciários entraram na cela, acionando em seguida o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Corumbá, às 23h20. No entanto, segundo a Agência de Administração Penitenciária do Estado (Agepen), nenhuma equipe de resgate se dispôs a ir até o local.
Ao chegarem à unidade prisional, os policiais civis acionaram novamente o Samu, desta vez para constatar o óbito. A equipe de resgate demorou e só chegou a penitenciária às 1h30, confirmando a morte da ex-lutadora.
Há quase 5 anos em regime fechado, Jéssica iria ter o direito a liberdade condicional em junho de 2024.
O corpo foi levado a Dourados para sepultamento e a chegada prevista é às 4h da 6ª feira (7.jul.23).
MORTE DE GAROTINHO
Jessica foi presa em 16 de agosto de 2018, sob suspeita de matar seu enteado.
Durante depoimento, ela admitiu ter maltratado o menino porque estava nervosa e acidentalmente pisou nele ao tentar fazer uma massagem. Na época, Jéssica morava com o pai do menino, Joel Rodrigo Ávalo dos Santos, também lutador de MMA conhecido como 'Joel Tigre'. Eles residiam na Rua Presidente Kennedy, no Jardim Márcia, em Dourados (MS).
O pai confiou o filho de um ano e meio e a filha de três anos aos cuidados da madrasta enquanto ele trabalhava em uma padaria. A mãe biológica das crianças tinha a guarda, mas as havia deixado com o pai.
Em denúncia, o Ministério Público de MS, alegou que Jéssica se irritou ao cuidar das crianças e, em razão dos choros do menino, mandou a irmã do garotinho sentar na barriga dele. Além disso, a própria mulher pisou no garotinho, o causando hemorragias internas mortais.
Os peritos identificaram hematomas na cabeça, no peito e uma laceração no fígado da criança, o que confirmou o abuso. A causa da morte foi choque hemorrágico decorrente de agressão externa.
SENTENÇAS
Aos 23 anos, Jéssica foi acusada de homicídio qualificado por meios cruéis. Ela foi condenada em 10 de março de 2020.
Joel também foi acusado do crime e passou um ano e sete meses preso. No entanto, durante o julgamento, ele só foi condenado por homicídio culposo (omissão e negligência), pois deixou a criança aos cuidados da mulher apesar de ter conhecimento do abuso. Como já havia cumprido pena de um ano e 15 dias, foi solto imediatamente após a decisão do júri.
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