Autoridades deflagram na tarde de 4ª.feira (08.mar.23), a 2ª fase da Operação Dissidência que tem como um dos principais alvos o 3ª sargento da Polícia Militar de Mato Grosso, Clóvis Machado, que é lotado na cidade de Marcelândia no interior do estado vizinho.
Segundo apurado, a operação saiu às ruas para cumprir 12 mandados de prisão nos municípios de Sorriso, Sinop, Peixoto de Azevedo e Cuiabá, todos expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
A Força-Tarefa de Segurança Pública (FTSP/MT) é composta pela Polícia Federal, Polícia Judiciária Civil, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Militar.
Clóvis chegou a ser alvo da 1ª fase da operação, em agosto de 2022, e é suspeito de manter contatos com a facção Tropa do Castelar, uma dissidência do Comando Vermelho, daí o nome da operação.
A polícia disse que durante as investigações, identificou-se que na região centro-norte do estado de Mato Grosso estaria ocorrendo uma guerra entre duas facções rivais.
“Em uma ação conjunta entre as forças de segurança, foi deflagrada em 18 de agosto de 2022 a 1ª fase Operação Dissidência, que cumpriu aproximadamente 70 mandados de prisão e busca e apreensão. Com o material apreendido durante as diligências, outros integrantes que participavam diretamente dos crimes praticados pelos grupos criminosos, em especial tráfico de drogas e homicídio, foram indiciados e suas prisões foram pedidas pela FTSP/MT. Em decorrência do inquérito policial, 36 pessoas se tornaram rés na ação penal que tramita na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, sendo que uma delas será julgada pela 11ª Vara Criminal – Justiça Militar”, explicou as forças de seguranças de MT.
Para ser deflagrada a 2ª fase, os investigadores conseguiram concluir que Clovis seria informante dos criminosos Maria Magnólia Leite e Matheus Bruno de Lima, integrantes da Tropa do Castelar. Clóvis usou do cargo público para ter informações privilegiadas e repassar aos comparsas, "delatando" inclusive colegas de farda.
O Ministério Público chegou a pedir o afastamento do militar. No entanto, a juíza da 7ª Vara Criminal, Ana Cristina da Silva Mendes, remeteu o pedido para ser analisado pela 11ª Militar de Cuiabá.
Matheus é um dos fundadores da Tropa do Castelar e liderança da nova facção. Ele e Maria Magnólia eram os responsáveis pelo comércio de drogas na região e pela delegação de funções entre os membros. Além dos três, foram presos ontem Auzelia Fabiano de Oliveira, Ariane Rodrigues Schmidt, Juvenilson dos Santos Martins, Cariny Alves Monteiro, Giseli Ieda Benitez de Farias e Luís Marcos Rodrigues.
A operação contou com o apoio da Delegacia de Polícia Civil de Sorriso, do 12º Batalhão da Polícia Militar (Sorriso), da Agência Regional de Inteligência do 3° Comando Regional, do Grupo de Apoio do 11° Batalhão da Polícia Militar (Sinop), da Polícia Rodoviária Federal em Sorriso e da Delegacia de Polícia Federal em Sinop.
Três alvos já estavam presos e sofreram novos mandatos: Lucas Emanuel Ferreira Trindade "Maligna", Eduardo Pereira Cabral e Wesley Silva Sousa "Cabeça de Porco".
Juvenilson, também preso na operação, é conhecido como "Mister Tripa". Ele é jornalista e atua na cidade de Peixoto de Azevedo. As investigações apontaram que ele era informante da facção Tropa do Castelar.
Em vídeo, o jornalista negou fazer parte da facção e que isso seria uma retaliação por ser um repórter investigativo. Ele alegou que está sendo perseguido por estar investigando vereadores da cidade de Peixoto de Azevedo, principalmente a presidente da Câmara de Vereadores, Rosângela de Matos Dias. “Quem é jornalista investigativo sabe bem o que é perseguição política. Isso é uma prisão política! Eu não tenho envolvimento nenhum com crime organizado, não tenho contato com faccionado. Eu tive contato com um ex-faccionado que tinha intenção de fazer uma delação de entregar uma pessoa que eu estava investigando”, disse. Veja:
OS DOZE PRESOS
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Auzelia Fabiano de Oliveira, vulgo “Macumbeira”;
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Ketuny Mayane de Castro Ferreira;
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Giseli Ieda Benitez de Farias;
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Brendha Campos Natale;
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Ariane Rodrigues Schmidt, vulgo “Coruja”;
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Eduardo Silva Santos, vulgo “Ceará”;
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Eduardo Pereira Cabral, vulgo “Cabral”;
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Juvenilson dos Santos Martins, vulgo “Tripa”;
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Luccas Emanuel Ferreira Trindade, vulgo “Maligna”;
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Cariny Alves Monteiro;
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Luís Marcos Rodrigues;
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Wesley Silva Souza.
O QUE DIZ O 3º SARGENTO
Numa entrevista à rádio Cidade FM, de Macelândia, o 3º Sargento deu sua versão do envolvimento com a facção. Segundo ele, foram intercepadas trocas de mensagens com um informante que ele tinha para que "pegasse os cabeças da facção" e essa troca e mensagem foi interpretada de maneira errada pelos investigadores. Veja a íntegra do que disse o sargento: