26 de dezembro de 2024
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POLÍCIA CIVIL DO MS

Delegado e investigadores são afastados por suspeita de ilegalidades

Policiais são acusados de irregularidades envolvendo contrabandistas

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O delegado Luccas Rodrigues Gomes e os investigadores Fernando César Guerra Bagordache e Dagoberto Peters, foram afastados de suas funções por 90 dias. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta 6ª feira (6.dez.24) e atende a uma determinação judicial. O caso segue sob sigilo pela Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.

O afastamento dos agentes ocorre em meio a investigações sobre um suposto esquema de extorsão de contrabandistas na região de Dourados. De acordo com informações preliminares, os policiais são acusados de terem apreendido produtos eletrônicos em um local conhecido como "hotel do contrabando", sem realizar o registro oficial das apreensões. Além disso, os itens recolhidos supostamente não foram devolvidos, levantando suspeitas de irregularidades. 

Além de perderem temporariamente suas funções, os servidores tiveram suas armas e outros pertences funcionais recolhidos. Eles também estão sendo monitorados por tornozeleiras eletrônicas, e suas senhas de acesso aos sistemas da Secretaria de Justiça e Segurança Pública foram desativadas.

O delegado Luccas Rodrigues Gomes estava lotado na 2ª Delegacia de Polícia de Dourados e havia tomado posse no cargo em julho de 2022, após ser aprovado no concurso público realizado no final de 2021.

A Corregedoria da Polícia Civil não informou se o afastamento tem relação direta com as operações da Polícia Federal e Receita Federal ou se foi motivado por denúncias de contrabandistas. O caso permanece sob investigação, e novos desdobramentos podem ocorrer nos próximos dias.

Hotel do contrabando

O "hotel do contrabando" já havia sido alvo de operações policiais em ocasiões anteriores. Em 23 de outubro deste ano, uma ação conjunta da Polícia Federal e da Receita Federal resultou no bloqueio de R$ 3 milhões em bens de pessoas ligadas ao depósito clandestino. Conforme apurado, o proprietário do local era apontado como líder de um esquema de contrabando na região.

Antes disso, o estabelecimento havia sido alvo de uma operação em setembro de 2021, mas continuou funcionando como ponto de armazenamento para mercadorias contrabandeadas. Entre os itens transportados pelas chamadas "formiguinhas" do contrabando estão cigarros, perfumes, eletrônicos, roupas, equipamentos de pesca, essências de narguilé e, principalmente, celulares.