A criança indígena Raissa da Silva Cabreira, de 11 anos, foi vítima de estupro coletivo, antes de ser jogada viva, sem roupas, do alto de um paredão de 20 metros, numa pedreira desativada, localizada entre as aldeias Bororó e Jaguapiru, região de Reserva Indígena de Dourados (MS). O corpo da criança foi achado ontem (9.ago.21).
O tio da criança foi preso hoje (10.ago) identificado apenas como Elinho Arévalo, de 34 anos. Ele confessou ter ajudado a estuprar e a matar a própria sobrinha. Também confessou que estuprava a criança desde os 6 anos de idade.
Além dele, outros quatro criminosos foram presos. Apenas um é comprovadamente maior de idade. O nome dele é Leandro Pinosa, de 20 anos. Há outros 3 que se suspeita que sejam menores, por isso, o nome dos indivíduos ainda não foi divulgado.
De acordo com o investigador chefe do Setor de Investigações Gerais (SIG), Erasmo Cubas, a perícia confirmou que a menina tinha lacerações no ânus, vagina e que foi jogada viva de cima do paredão. A criança tinha ferimentos nos dedos que mostram que ela tentou agarrar nas pedras enquanto caia.
O corpo da menor foi encontrado pelos familiares que após ela sair e não voltar passar a procurá-la nos arredores da aldeia.
A investigações apontam que o crime ocorreu após o grupo embebedar a criança. Eles promoveram o estupro coletivo enquanto ela estava inconsciente e o tio esteve entre os violadores.
Eles teriam decidido matar a criança, quando, após ela recuperar a consciência, percebeu que foi estuprada e disse que iria denunciar os criminosos à comunidade. Eles, então, agarraram a menina nua e juntos jogaram do auto do paredão de 20 metros.
Todos os envolvidos foram encaminhados para o 1º Distrito Policial presos pelos crimes de homicídio qualificado, feminicídio e estupro de vulnerável.
ABANDONO
O crime na Aldeia Bororó, nessa segunda-feira (9), é o reflexo do álcool e das drogas, que está infiltrado nas comunidades indígenas de Dourados e não é de hoje.
Apesar de proibido por lei federal, o comércio de bebida alcoólica ocorre indiscriminadamente nas comunidades indígenas.
As aldeias deveriam contar com segurança de estado, mas na prática, são abandonadas, não há nenhum órgão que esteja auxiliando os indígenas a manterem suas tradições.