Policiais da Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos (Derf) cumpriram, nesta 4ª feira (11.dez.24), um mandado de prisão preventiva e três de busca e apreensão contra um homem suspeito de extorsão e agiotagem.
A investigação teve início há cerca de um mês, após uma mulher registrar ocorrência relatando graves ameaças e violência sofridas durante cobranças de juros considerados abusivos.
Segundo o relato da vítima, o suspeito, que operava como agiota, cobrava juros de 40% ao mês. Em um episódio extremo, ele teria obrigado a mulher a entrar em sua caminhonete, onde apontou uma pistola para a cabeça dela e acionou o gatilho, que não disparou por estar descarregado.
Na ocasião, o suspeito teria afirmado que, na próxima vez, a arma estaria carregada. Além disso, ele teria agredido a vítima com socos, conforme comprovado por exame de corpo de delito.
Extorsões recorrentes
O agiota teria exigido que a mulher transferisse dois imóveis como pagamento dos juros e, antes disso, já havia confiscado três veículos da vítima. Mensagens de WhatsApp registradas em ata notarial mostram xingamentos e ameaças de morte contra ela e seus familiares. A vítima também apresentou provas de transferências bancárias que corroboram as denúncias.
Após a repercussão do caso na imprensa, o suspeito tentou encerrar a dívida devolvendo os veículos e assinando uma ata notarial. Contudo, o documento incluía uma cláusula que buscava impedir a vítima de dar continuidade ao boletim de ocorrência, algo sem validade jurídica por se tratar de crimes de ação penal pública incondicionada.
Com base nas investigações, o Poder Judiciário autorizou a prisão preventiva do suspeito para garantir a ordem pública, além de buscas em três imóveis relacionados a ele. Durante a operação, os policiais apreenderam uma pistola calibre .380, um simulacro de arma de fogo, um soco inglês, dinheiro em espécie, notas promissórias e documentos.
O suspeito foi levado à sede da Derf, onde foi interrogado e indiciado pelos crimes de extorsão e agiotagem.