Um servidor público de Taguatinga (DF), endividado e buscando melhores condições financeiras, tornou-se peça-chave para desarticular um esquema de fraude que envolvia uma falsa proposta de portabilidade de empréstimo consignado que o deixou com prejuízo de R$ 200 mil.
Ao ser atraído por uma oferta vantajosa, o servidor foi vítima de uma organização criminosa que aplicava golpes financeiros em pessoas endividadas por meio da chamada “falsa portabilidade”. A denúncia dele permitiu à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) iniciar a investigação que culminou na Operação Hard Times.
Em 2023, o servidor aceitou uma proposta aparentemente confiável que prometia reduzir os custos de seu empréstimo. Contudo, após receber o valor de um novo empréstimo, ele foi induzido a transferir o dinheiro para uma suposta financeira, acreditando que a quantia seria usada para quitar sua dívida original. O golpe deixou a vítima com um prejuízo dos R$ 200 mil, que agora compõe parte das provas contra o grupo.
Nesta 5ª feira (7.nov.24), as ações da segunda fase da Operação Hard Times, realizada pela 17ª DP da PCDF com apoio das polícias civis de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, buscaram desmantelar o núcleo de correspondentes bancários que colaborava com a organização criminosa. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Rio de Janeiro, São Paulo e Viçosa (MG), e um suspeito teve a prisão preventiva decretada.
A primeira fase da operação, em março deste ano, levou à prisão de 11 pessoas e ao bloqueio de R$ 2 milhões em contas bancárias dos envolvidos. A operação revelou uma estrutura complexa de fraude com três núcleos interligados. O primeiro grupo contatava as vítimas e apresentava a falsa proposta de portabilidade. Após a adesão, o segundo núcleo – formado por correspondentes bancários – formalizava o empréstimo nas instituições financeiras. Por fim, o terceiro núcleo desviava os valores para contas de falsas financeiras e redistribuía o dinheiro entre os membros da organização.
Os investigados poderão responder por estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que podem totalizar até 26 anos de prisão. O caso segue em investigação para identificar outros envolvidos e recuperar os valores perdidos pelas vítimas.