07 de setembro de 2024
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Investigação

Acusados de agressão em lava-jato podem responder apenas por lesão corporal

"Brincadeira de 'mau gosto' tem fim assustador e envolvidos se defendem após adolescente ficar ferido"

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O caso do adolescente de 17 anos que teria sido vítima de agressão na última sexta-feira (03), chegou nesta segunda-feira (06) na delegacia especializada. E de acordo com o delegado responsável pelo caso, ainda não há a necessidade de pedir a prisão dos acusados. 

O delegado responsável Paulo Sérgio Lauretto, titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), o caso, por ora, é tratado como lesão corporal grave, porque até o momento não houve indícios de que os agressores tiveram a intenção de matar o adolescente.

De acordo com a autoridade os agressores, de 20 e 31 anos, contaram a princípio que quem teria começado a ‘brincadeira de mau gosto’ havia sido o próprio adolescente, que colocou a mangueira do compressor de ar na porta do banheiro em que estava o amigo, de 31 anos.

Um dos acusados, que é amigo da família do adolescente, vizinho e também quem indicou o jovem para o trabalho, disse que correu atrás do jovem e o carregou no ombro. Ele teria levado o adolescente até o local onde estava o rapaz de 20 anos, que então pegou a mangueira e, por cima do short que o garoto usava, colocou a saída de ar no ânus da vítima.

Até o momento homens podem ser indiciados pelo o crime de lesão corporal grave, que prevê de 1 a 5 anos de prisão, podendo ser configurada lesão corporal gravíssima, com pena de 2 a 8 anos de prisão.

De acordo com o depoimento de um  dos acusados, eles só entenderam que a situação era grave quando viram o adolescente passar mal e vomitar, quando o levaram ao CRS (Centro Regional de Saúde) do Tiradentes e, de lá, ele foi levado para a Santa Casa.

“A polícia vê que eles assumiram o risco de lesão grave, mas entende que não houve intenção de morte ou de abuso sexual”, afirmou o delegado. Ainda segundo ele, para que seja feito o pedido de prisão preventiva, é necessário que os agressores estejam ameaçando a família da vítima ou mesmo tentando prejudicar as investigações. Como isso ainda não foi identificado pela polícia, não houve o pedido.

Ocular 

O menino de 11 anos, filho da sogra do proprietário do lava jato, também contou a mesma história à polícia. Ele estava no estabelecimento e presenciou o fato. Até agora, o ponto de divergência dos depoimentos trata se o adolescente teve ou não o short baixado pelos agressores. A mãe do adolescente chegou a dizer que o amigo da família confirmou que eles tiraram o short do menino, mas para a polícia, negou o fato.

A Depca segue com a investigação do caso e ouve outras testemunhas. Os agressores podem ser intimados para prestarem depoimento oficial nos próximos dias. 

Estado de saúde- A assessoria de imprensa da Santa Casa informou que por volta das 22h o garoto teve uma piora no quadro e foi transferido para a área vermelha da unidade. Hoje pela manhã, ele melhorou, mas continua no setor em observação. O estado de saúde dele é considerado grave, porém estável.