DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Algumas mulheres que mudaram o rumo da história
Entre a citadas grandes nomes da história brasileira
Muitas mulheres que revolucionaram a tecnologia, a ciência, a sociedade ou se transformaram em nomes de peso da literatura não são lembradas devidamente por seus feitos. Para ajudar a contornar essa situação, a Bula reuniu em uma lista algumas mulheres que precisam e merecem ser lembradas, pois de uma maneira direta ou indireta ajudaram a mudar os rumos da história.
É importante lembrar que a lista não tem a intenção de ser definitiva e tão pouco consegue abarcar todos os nomes de mulheres pioneiras e consagradas. Alguns nomes lembrados foram os da ativista negra americana Rosa Parks; da cientista Marie Curie; e da psiquiatra brasileira Nise da Silveira. Além de personalidades, optou-se por incluir excepcionalmente uma associação civil formada por mulheres, as Avós da Praça de Maio.
Ada Lovelace, criadora da programação
Ada Augusta King, a Condessa de Lovelace, foi uma matemática e escritora inglesa que viveu entre os anos 1815 e 1852. Ela é conhecida por ser a criadora do primeiro algoritmo para ser processado por uma máquina, a máquina analítica de Charles Babbage. O algoritmo permitia a computação de valores de funções matemáticas. Por esse trabalho ela é considerada a mãe da programação.
Alice Ball, criadora da vacina contra hanseníase
Alice Ball se graduou em Farmácia e Química na Universidade de Washington em 1914, aos 22 anos. Depois, foi a primeira mulher, e a primeira mulher negra, a obter mestrado em Química na Universidade do Havaí.
Na pós-graduação, estudou o óleo de chaulmoogra, usado para tratar a hanseníase, mas que era muito amargo para ser ingerido. Ela, então, encontrou uma maneira de isolar os ésteres da substância, permitindo que ela fosse injetada, salvando centenas de vidas.
Ellen Johnson-Sirleaf, primeira mulher negra eleita presidente no mundo
Ellen Johnson-Sirleaf é uma política liberiana que, em 2005, tornou-se a primeira mulher negra eleita presidente no mundo. Em 2011, ela foi novamente a mais votada nas urnas, e continuou vestindo a faixa presidencial por mais um mandato. Ainda em 2011, ela recebeu o Prêmio Nobel da Paz, ao lado de Leymah Gboweepor e Tawakel Karman, por sua luta não violenta para a segurança e pelos direitos das mulheres
Gabriela Mistral, primeira Nobel de Literatura da América Latina
Gabriela Mistral, pseudônimo de Lucila de María del Perpetuo Socorro Godoy Alcayaga, nasceu em 1889, no Chile, e foi uma poetisa, educadora e diplomata. Por seus poemas, ela foi agraciada com o Nobel de Literatura de 1945, tornando-se a primeira pessoa da América Latina a receber o prêmio. Algumas de suas obras são “Sonetos de la Muerte” (1914), “Desolación” (1922), e “Ternura” (1924).
Gertrude B. Ellion, criadora da quimioterapia
A bioquímica americana recebeu o Nobel de Medicina em 1988, depois das suas pesquisas no Wellcome Research Laboratories, do Research Triangle Park, complexo de pesquisa de três universidades da Coralina do Norte. Durante seus estudos, ela desenvolveu uma droga para o tratamento da leucemia. Além disso, descobriu importantes princípios de quimioterapia, amplamente utilizada para o tratamento de vários tipos de câncer na atualidade.
Hedy Lamarr, precursora da conexão wireless
Hedy Lamarr, nome artístico de Hedwig Eva Maria Kiesler, foi uma atriz e inventora austríaca que se radicou nos Estados Unidos. Durante a Segunda Guerra Mundial, ela inventou um sofisticado aparelho de interferência em rádio para despistar radares nazistas. A ideia surgiu em conjunto com o compositor George Antheil. O sistema serviu de base para a criação da telefonia móvel e da conexão wireless.
Avós da Praça de Maio, associação civil pelo resgate de crianças desaparecidas
Avós da Praça de Maio é uma organização argentina de mulheres que tenta localizar as crianças sequestradas pela ditadura militar no país. A associação é presidida por Enriqueta Estela Barnes de Carlotto, cuja filha grávida foi sequestrada durante o regime. Estela descobriu que seu neto chegou a nascer e foi entregue a outra família. 122 netos já foram encontrados, mas estima-se que cerca de 300 ainda estejam desaparecidos.
Rosa Parks, símbolo dos direitos civis americanos
A costureira e ativista negra norte-americana se tornou símbolo dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Ela se recusou a ceder o seu lugar para um homem branco em um ônibus, motivo pela qual acabou presa. A sua atitude desencadeou o movimento “Boicote aos Ônibus de Montgomery”, ocorrido entre os anos 1955 e 1956, e, posteriormente, marcou o início da luta antissegregacionista no país.
Maria da Penha, líder do movimento contra a violência doméstica
A farmacêutica brasileira foi líder do movimento de defesa dos direitos das mulheres vítimas de violência doméstica no Brasil. Em agosto de 2006 foi sancionada uma lei que leva o seu nome. Além disso, ela fundou um instituto sem fins lucrativos para auxiliar as mulheres vítimas. Em 1983, o seu marido tentou matá-la duas vezes, deixando-a paraplégica. Ele só foi condenado após 19 anos, e pouco tempo depois foi posto em liberdade.
Marie Curie, criadora da teoria da radioatividade
Marie Curie foi uma cientista polonesa radicada na França que desenvolveu pesquisas pioneiras sobre a radioatividade. Ela foi a primeira mulher a receber um Prêmio Nobel e a única pessoa a ganhar o prêmio duas vezes em diferentes categorias: física e química. Além de desenvolver a teoria da radioatividade, termo que ela mesma cunhou, Mari descobriu dois novos elementos químicos, o polônio e o rádio.
Nise da Silveira, revolucionou o tratamento psiquiátrico
Nascida em Maceió em 1905, Nise da Silveira foi uma médica psiquiatra brasileira que revolucionou o tratamento psiquiátrico. Durante a sua trajetória profissional, ela se manteve radicalmente contra as formas agressivas de tratamento de sua época, como eletrochoques e lobotomia. Em um de seus trabalhos, ela criou ateliês de pintura e modelagem para possibilitar aos doentes reatar seus vínculos com a realidade por meio da expressão artística.
Rigoberta Menchú, líder indígena
Rigoberta Menchú é uma mulher guatemalteca do povo Quiché-Maia. Ela recebeu o Prêmio da Paz em 1992 por sua luta pelos direitos humanos a favor dos povos indígenas. Além disso, ela também recebeu o Prêmio Príncipe das Astúrias de Cooperação Internacional. No fim da Guerra Civil da Guatemala em 1996, ela tentou levar aos tribunais espanhóis políticos e militares por genocídio contra o povo Maia da Guatemala.