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QUARTO ELEMENTO

Policial acusado e preso por extorsão era consultor do governador Wilson Witzel

Operação investiga grupo que extorquia comerciantes

Pacca fez campanha para Witzel nas últimas eleições - Arquivo Pessoal

 A Corregedoria da Polícia Civil faz, na manhã desta quinta-feira (28), uma operação contra policiais civis acusados de praticarem extorsão. Um dos alvos da ação, que é a terceira fase da Operação Quarto Elemento (de setembro de 2017), é o policial Flavio Pacca Castello Branco, de 57 anos, que é consultor de segurança do governador Wilson Witzel (PSC).

Pacca foi preso em casa, na Glória, na Zona Sul do Rio, onde os agentes encontraram várias armas registradas. Ele deixou o local por volta das 8h30, com o rosto coberto.

Além de Pacca, a operação ainda mira os também policiais Helio Ferreira Machado, Thiago Bacelo Pereira e Ricardo da Costa Canavarro, conhecido como Ricardinho, que já está preso. Todos são acusados de praticar extorsão contra comerciantes envolvidos em atividades criminosas no Rio.

O nome da operação surgiu da forma como os policiais alvo agem. De acordo com as investigações, eles sempre atuam em trio e contam com a ajuda de uma quarta pessoa como informante.

EXTORSÃO NA DELEGACIA 

Em uma das atuações do grupo, em 5 de julho de 2017, dentro da 52ª DP (Nova Iguaçu), eles exigiram que duas vítimas pagassem R$ 10 mil, sob grave ameaça. Elas haviam sido deitas pelos policiais praticando crimes de receptação e furto de energia.

No lugar da prisão e do indiciamento delas, os policiais mantiveram as duas no interior da delegacia por cerca de uma hora. Lá, elas sofreram pressões psicológicas, sem que fosse formalizada a presença delas na DP. Por isso, concordaram em fazer o pagamento de R$ 10 mil, em duas parcelas iguais. Apenas o pagamento de uma delas foi concretizado.

Na época, Ricardinho, que participou de toda a ação criminosa, estava de licença médica. Ele nunca foi lotado na 52ª DP.

COLEGA DE TURMA 

Defensor ferrenho da liberação do porte de armas, Flavio Pacca está na Polícia Civil desde 1999. Nas redes sociais, ele define como conferencista, palestrante e consultor em perícia técnica de armas e munições, além de dizer ser atirador desportista desde 1986. De 1992 a 1995, ele foi colega de turma do governador Wilson Witzel no curso de Direito do Instituto Bennett, no Flamengo, Zona Sul do Rio.

Nas últimas eleições, Pacca foi candidato a deputado federal pelo PSC, mesmo partido do governador. No pleito, ele obteve 4.118 votos totalizados (0,05% dos votos válidos) e não foi eleito.

Quando Witzel anunciou que pretendia formar times de atiradores de elite (snipers) para abater quem for visto portando fuzis nas comunidades do Rio, Pacco apareceu para explicar como seria a formação desses atiradores. Na ocasião, ele disse que queria trazer para a polícia fluminense a experiência que adquiriu em treinamentos de instrutor que teve na Polícia Federal.

O DIA procurou Wilson Witzel para que ele comentasse a prisão do consultor. No entanto, até o momento, a assessoria de imprensa do governador não respondeu aos questionamentos da reportagem.