Debate
Deputados defendem maior debate sobre cota zero para a pesca em MS
A proposta do Governo do Estado de estabelecer de forma gradual a cota zero para a pesca amadora voltou a ser debatida pelos deputados estaduais. Na sessão ordinária desta quarta-feira (13), o deputado estadual Cabo Almi (PT) informou que irá realizar audiências públicas nos municípios que serão atingidos pela medida.
Segundo ele, a proposta do Executivo não irá recuperar os estoques pesqueiros dos rios de Mato Grosso do Sul.
“A pesca amadora não pode ser criminalizada. O desmatamento, os sedimentos que vêm soterrando os rios, a grande quantidade de jacarés e outras questões ambientais precisam ser debatidas, pois são os verdadeiros responsáveis pela diminuição das espécies nos rios”, disse Almi. Pedro Kemp concordou com o colega de partido e acrescentou que o problema está na “falta de uma política ambiental”.
Em aparte, o deputado Lidio Lopes (PATRI) defendeu que a cota zero seja feita de forma gradual e sugeriu a suspensão de algumas espécies para o repovoamento dos rios. Para Renato Câmara (MDB), as decisões do governo precisam estar embasadas em estudos técnicos e pesquisas. “Dados do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul e da Embrapa apontam que no final dos anos 90 foi retirada 1,5 mil tonelada por ano de peixe dos rios, enquanto em 2016 esse volume caiu para 378 toneladas. Portanto, são necessárias medidas urgentes, entre elas o investimento em monitoramento”, argumentou.
Barbosinha citou o modelo de proibição da pesca adotado pela Argentina. “É um país referência. Acredito que o turista não busca a captura, mas o registro da pesca em fotos e depois devolve o peixe à natureza. A cota zero não partiu do acaso, o fato contundente é a diminuição das espécies”.