"Mensalinho"
Presidente do PPS reconhece necessidade de "apuração dos fatos"
Mesmo com o alvoroço do vazamento do vídeo em que vereadora Luiza Ribeiro (PPS) levanta suspeitas sobre políticos e empresários de Campo Grande, em depoimento prestado ao MPE (Ministério Público Estadual), no qual revela existência de esquema de corrupção no Município, o secretário de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação, Athayde Nery, atual presidente do PPS em Mato Grosso do Sul, garante que a vereadora tem respaldo do partido, mesmo admitindo que não tem como provar declarações feitas ao MPE. Nesta quarta-feira (21), Athayde afirmou que "está tranquilo" em relação ao caso.
Porém, Athayde admite que é necessário haver provas a respeito das declarações. Segundo secretário, a vereadora tem liberdade para emitir qualquer posicionamento, desde que se tenha “apuração dos fatos”. No vídeo do depoimento, divulgado semana passada pela imprensa local, Luiza Ribeiro afirma que o suposto esquema de corrupção teria sido iniciado na primeira gestão do ex-prefeito de Campo Grande, André Puccinelli (PMDB) e que vereadores da Capital receberiam "mensalinho" desde então. Athayde foi líder do Executivo Municipal na Câmara de Vereadores na primeira gestão de Puccinelli como prefeito da Capital.
“Luiza tem legitimidade para responder sobre o mandato dela, o partido está tranquilo com relação a isso. Porém tem que se ter cuidado para não fazer uma avaliação antecipada, com respeito ao princípio do contraditório e da ampla defesa”, ressalta Athayde.
No depoimento registrado em vídeo, Luiza afirma que suposto esquema teria se arrastado na administração de Nelson Trad Filho – ex-peemedebista e atual presidente regional do PTB no Estado - tendo continuidade no mandato de prefeito afastado Gilmar Olarte. Luiza, no entanto, reconheceu, em depoimento, que não tem como provar denúncias.
Ainda em relação à fala da correligionária, Athayde afirma que é preciso “equilíbrio de todos os lados”, embora evite tecer críticas diretas sobre declarações de Luiza. "Há uma instabilidade política, uma forte crise instalada em Campo Grande, então temos de observar os fatos com cuidado. O equilíbrio tem de prevalecer”.