João Rocha preside Comissão de Ética cercado de desconfianças
Um dos mais ferrenhos defensores do prefeito afastado Gilmar Olarte, o vereador João Rocha está cercado de desconfianças para presidir a Comissão de Ética. Um dos organizadores da oposição que levou à cassação de Bernal, suspeitam de sua isenção.
Em depoimento bombástico dado ao Ministério Público Estadual (MPE) divulgado pela imprensa, a vereadora Luiza Ribeiro (PPS) afirmou que a cassação, em março de 2014, do prefeito Eleito Alcides Bernal (PP) já era falada de forma aberta, e apontava para a participação do empresário João Amorim, ainda que ela não afirmasse “por quem”, mas de forma generalizada. Depois apontou Delei Pinheiro (PSD) como um dos que comentaram que de nada adiantaria o grupo de apoio a Bernal, articular uma reviravolta que impedisse sua cassação, pois já havia um acordo determinado, provavelmente em reuniões com a presença dos vereadores, por Amorim.
Outro nominado, João Rocha (PSDB), chegou a dizer que não compensava o desgaste do grupo de vereadores aliados, uma vez que eles sequer conheciam o Alcides Bernal, porque já estava acordada sua cassação, e chegou a mencionar, ele também, o nome de João Amorim.
O agravante é o fato de o João Rocha ser o presidente da Comissão de Ética que irá investigar os vereadores sob investigação do MPE envolvidos na Operação Coffee Break . Luiza chegou a mencionar que Rocha teve um papel central na articulação na queda de Alcides Bernal, “foi um dos articuladores”. Por fim confirma que com a atual composição da Câmara, que tem 17 vereadores cujo pedido de afastamento foi pedido pelo MPE e negado pela Justiça, votando o relatório final aprovado pela Comissão de Ética, dificilmente votará com isenção, mas deve manter o corporativismo, que virou bordão “Vereador gosta de Vereador”, nas palavras de Carlão (PSB).
João Rocha foi líder do governo Olarte na Câmara, indicado em 1 de abril de 2014, mesmo deixando o cargo, que foi assumido por Edil Albuquerque (PMDB), sempre atuou como um líder não oficial, mesmo com a presença de Edil em plenário.
Quando do primeiro retorno de Bernal, com a sentença do juiz David Gomes, em maio de 2014, quando questionado sobre a possibilidade de Bernal conseguir retornar a prefeitura através de recursos judiciais, o vereador destacou que, caso isso aconteça, a Câmara Municipal está preparada para entrar com recursos enquanto houver instâncias.
“Respeitamos a decisão da justiça, mas caso ele consiga retornar, vamos entrar com recursos enquanto houver instâncias. Respeitamos toda tramitação da justiça e se houver como recorrer, estaremos recorrendo”, explica João Rocha.