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Vereadores rebatem Bernal sobre ‘interesses escusos’ para afastá-lo da prefeitura

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A falta de sintonia entre a Câmara dos Vereadores e a prefeitura de Campo Grande parece se prolongar por um bom tempo. Ontem (6), Bernal comentou sobre o pedido de seu afastamento pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, e afirmou que seriam interesses ‘escusos’ de quem quer vê-lo fora da chefia do executivo. 

Em resposta nada amigável, os vereadores em sessão na Câmara na última terça-feira (6) alegaram durante que o pedido de afastamento do prefeito Alcides Bernal feito pelo MPE (Ministério Público Estadual), por meio do promotor Alexandre Capibaribe Saldanha, ratifica o trabalho desenvolvido pela CPI do Calote e pela Comissão Processante, que já apontavam irregularidades na contratação da Mega Serv para limpeza das unidades de saúde da Capital, em 2013, além de outras nove irregularidades comprovadas.

Segundo o vereador Chiquinho Telles, “agora o Ministério Público Estadual, que sempre faz um belo trabalho, pede também o afastamento do Bernal, atestando o que a CPI apurou, o que essa Casa apurou e fez um trabalho de excelência. O MPE atestou que ele tem que ser afastado imediatamente, baseado na conclusão da CPI e obrigado a devolver quase R$ 14 milhões aos cofres públicos. Estou vindo prestar contas do Poder Legislativo, a Câmara fez o papel dela, assim como MPE está fazendo o dele que é investigar”, afirmou.

Discurso de apoio

Para o presidente em exercício da Casa de Leis, vereador Flávio César, “muito tem se falado e amplamente divulgado pela mídia, pelas redes sociais sobre a hipótese de uma possível compra de vereadores para cassar o prefeito Alcides Bernal, mas pouco se fala e pouquíssimo se divulga do ato legítimo que levou à cassação do prefeito Bernal. Um ato que não se deu do dia pra noite e foi pautado num trabalho intenso dessa Casa, que durou um 1 e 3 meses, começando em janeiro de 2013 quando se deu o primeiro ato de improbidade, com o remanejamento sem autorização dessa Casa, o que foi ratificado pelo Tribunal de Contas, além da falta de merenda, o calote a empresas”, disse.

Ainda conforme Flávio César, “foram várias denúncias que culminaram com a CPI do Calote e encerrou com todo trabalho da processante. Trabalho que hoje está sendo ratificado pelo MPE, o qual nós devemos enaltecer aqui. Cassamos o prefeito por improbidade, por crimes aqui expostos, não só no relatório da Comissão Processante, mas na decisão expedida pelo promotor Alexandre Capibaribe Saldanha, que agora pediu o afastamento imediato do prefeito, comprovando o mesmo mérito, o mesmo objeto que a processante trabalhou, que é a situação da Megaserv, onde ocorreu dispensa de licitação e fabricação de emergência, sendo requerido o ressarcimento de mais de R$ 13 milhões e anexado a um relatório da Controladoria Geral da União, pois desse montante a União teria repassado cerca de 60% do valor, que foi pago pela própria União, deixando claro e evidente que todo trabalho desenvolvido pela Câmara Municipal, que culminou com a cassação foi legítimo e ratificado pelo MPE, CGU e TCE. E mais uma vez o MPE vem pedindo o afastamento imediato do Bernal”, afirmou o parlamentar.

O vereador Airton Saraiva voltou a condenar os ataques freqüentes do prefeito à Câmara Municipal e aos vereadores. “Estamos no Outubro Rosa, mas me parece que lá pelo lado da Afonso Pena o outubro está negro ou vermelho, porque hoje sai uma matéria no jornal da cidade com o prefeito se posicionando favorável e cobrando o afastamento de 17 vereadores. Isso vindo de um prefeito que está sob liminar e faz a infelicidade de dizer isso. A forma Bernal de governar é atacando, a resistência vale mais do que o ataque. Essa é a forma Bernal, mostrando suas garras, sua raiva, seu ódio. Quero parabenizar a CPI do Calote, cujo trabalho foi referendado na semana passada. O MPE convencido pediu o afastamento imediato e ratificou o trabalho da CPI do Calote”, disse o democrata.
 
Engrossando o discurso, a vereadora Carla Stephanini afirmou que o pedido do MPE somente ratifica o trabalho desenvolvido pela Casa de Leis. “O tempo vai passando e se comprova a decisão da Câmara Municipal. Quero dizer que a população quer eficiência, efetividade, as famílias trabalhadoras querem que seus filhos recebam alimento que lhe é direito, com aporte de recursos federais. Em Campo Grande nunca faltou merenda, mas a partir de 2013 as coisas mudaram e para muito pior, para muito ruim. Foi assim em 2013, em 2014 e em 2015 não está diferente. Em relação à limpeza das unidades de saúde, muito me estranhava, que uma empresa que foi objeto de cassação de um prefeito continuar contratada, ela devia ser proibida de ser contratada pelo poder público. Pude constata a precariedade da limpeza nessas unidades. Nosso trabalho está sendo reconhecido pelos órgãos de controle externo, como já foi com a merenda e será com a limpeza”, afirmou.