De perfil golpista, Elizeu Dionizio agora quer tirar PP de Bernal
Sem perder o viés golpista de quem participou ativamente da cassação do prefeito eleito da Capital, Elizeu Dionizio (SD) agora articula, em parceria com o deputado federal por Pernambuco, Eduardo da Fonte (PP), a tomada da presidência estadual do PP de Mato Grosso do Sul, das mãos de Bernal. Hoje (23) às 17 horas (horário de Brasília) estiveram reunidos na liderança do Partido na Câmara dos Deputados para analisar a questão.
Eduardo da Fonte foi secretário particular de Severino Cavalcanti (PP-PE), ex-presidente da Câmara que renunciou ao mandato em 2005 para não ser cassado por receber “mensalinho”.
Elizeu Dionizio foi investigado pelo Ministério Público Estadual MPE sobre a evolução patrimonial sua e de seu pai, o pastor Antonio Dionizio da Silva, suspeitos de desviarem quantias vultosas da Igreja Evangélica Assembleia Deus Missões. Quando eleito vereador, foi acusado de receber recursos irregulares da Câmara de Vereadores de Campo Grande através da empresa Neteser Ltda., da qual detinha 50% das ações em seu nome. Foram apresentados registros de pagamento de R$ 3,2 mil recebidos entre os meses de junho e julho de 2013, referentes a serviços prestados referentes a duas campanhas publicitárias.
Relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Inadimplência, batizada como CPI do Calote, Dionízio (SDD), identificou irregularidades na gestão de Bernal, que posteriormente foi absolvido das acusações e reconduzido ao cargo quando a Justiça anulou a sessão de votação da Comissão Processante.
Também, não fosse as denúncias da imprensa, havia uma articulação em que os vereadores fariam alterações na Lei Orgânica do Município para beneficiar Elizeu em caso do deputado federal titular da vaga, Márcio Monteiro (PSDB), atual secretário de Fazenda de Mato Grosso do Sul, resolva assumir o posto após deixar o comando da pasta. O caso ganhou repercussão e o vereador renunciou para assumir o posto em Brasília.
O acordo pretendido considera que haverá uma “janela de infidelidade” aberta pela reforma política e, alguns trabalham para que a janela passe a valer a partir da finalização da reforma, nesse caso, Dionizio não perderia o mandato. Outra possibilidade é que o partido fique sob o comando do deputado do Solidariedade, e Elizeu nomeie um “laranja” para assumir a presidência até que se abra a janela em 2017.
A questão é saber se o PP irá tirar do comando do partido no estado um prefeito de Capital, eleito com mais de 270 mil votos, e apostar no novato deputado federal, que tem seus eleitores concentrados entre os evangélicos da Igreja comandada por seu pai. Tentamos contato na tarde de ontem (23) com Eduardo da Fonte e com Elizeu Dionízio, mas fomos informados, até o fechamento da edição que a reunião prosseguia. Hoje, em função da sessão da Câmara, não conseguimos falar com os deputados.