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Retrospecto das ações dos vereadores indica resultado da Comissão Processante

Políticos que avaliam sua cria, ou raposas a cuidar do galinheiro, são o que gera dúvidas na população. Se uma Comissão Processante é a exposição na mídia que todo político sonha, difícil entender que os escolhidos tenham declinado desta oportunidade.

Vereadores da Comissão Processante.

O final de semana, somado à vadiagem em bares, feiras, restaurantes e demais locais de “ajuntamento” de pessoas, eleitores campo-grandenses, permitiu que os diversos órgãos de imprensa apurassem as opiniões da população em relação aos últimos acontecimentos da política de Campo Grande. A questão principal abordada foi a descaracterizada Comissão Processante que, de seis questões propostas, teve aprovada uma por unanimidade e outras cinco estranhamente rejeitadas pelo placar de 18 a 11. Esse número que deveria demonstrar um crescimento de 5 vereadores no bloco oposicionista, parece mostrar, na verdade, um bloco crescente de ‘oportunistas’.

A partir do momento em que o prefeito Gilmar Olarte (PP por liminar) perdeu quase totalmente o apoio popular, alguns vereadores adotaram postura mais crítica e se declararam independentes, mas a atuação ficou apenas em discursos e votações com resultados previsíveis. No grande circo do Plenário da Câmara Municipal fazem o contraponto entre a oposição que busca ganhar cada espaço, cada voto dos insatisfeitos e, para tanto, exacerbam na agressividade do discurso, e a base aliada que busca argumentos no extenso terreno do imponderável para a defesa do prefeito por eles empossado e, portanto, sabedor das próprias razões para mantê-los calados e na defensiva.

Agora a Processante

Enquanto a população de certa forma se sente agredida por acreditar na manipulação do resultado dos membros escolhidos para a Comissão Processante, uma vez que os inicialmente escolhidos “declinaram” e, seriam feitos tantos sorteios quantos fossem necessários para que se chegasse a bom termo e a escolha recaísse sobre dois dos mais aguerridos defensores do prefeito por eles empossado, professor João Rocha (PSDB) e Chiquinho Telles (PSD), e um dos mais experientes vereadores, ex-presidente da Casa de Leis e detentor de 50% da Saúde Pública do Município, conforme áudios divulgados, Paulo Siufi (PMDB).

Três dos vereadores que, além de não entenderem como crimes os outros cinco itens elencados no requerimento da Processante, ainda tomaram dos microfones para defender o, agora réu por corrupção e lavagem de dinheiro, Gilmar Olarte. No caso do descumprimento da Lei 5.411/14, com o argumento de que melhor não pagar, o que manterá a greve em prejuízo de professores, sociedade e alunos, do que judicializar a questão e estancar as tratativas de acordo, que nunca se deram, em claro desrespeito aos próprios vereadores. Na questão do “empréstimo do Jatinho”, apenas como uma necessidade premente de manter a agenda e evitar chegar atrasado a um encontro que não deu em nada, levando a reboque a primeira-dama que, de brinde, ainda ganhou uma passagem de volta em vôo de carreira, mas paga por nós, cidadãos cumpridores de suas obrigações. Estranha reunião que não trouxe um centavo para o município, uma vez que nenhuma obra foi executada, nenhum projeto lançado e nem os servidores foram pagos. Siufi chegou a justificar a não divulgação dos nomes, cargos, salários e lotação dos mais de 1.300 nomeados dizendo que muitos deles eram médicos chamados para atender a população, talvez em substituição aos tantos que deveriam cumprir expediente nos ‘Aguões’ e ‘UPAs da Vila Almeida’ da vida e que não cumprem, ainda que recebam para tal.

São duas as velas acendidas, uma para Deus, outra para o Diabo. Nas orações ímpias, pedem que tenham a luz para conseguirem argumentos sólidos que mantenham o prefeito e o “status quo” de seus exercícios de poder; de outro, que diante da inevitabilidade das circunstâncias, que caiba ao Judiciário o fardo de penalizar apenas o prefeito pelo esfacelamento do tecido democrático que foi roto há pouco mais de um ano, quando usando da lógica invertida que aplicam hoje, preferiram desconsiderar a escolha de mais de 270 mil eleitores e, ao invés de darem o “apoio necessário para a governabilidade de Campo Grande”, como fazem agora com o  prefeito empossado por 23 votos, preferiram lotear cargos num governo que nunca administrou.