CPI: Secretário de Educação mal preparado leva bronca de Romero
O secretário interino de Educação de Campo Grande, Wilson do Prado, compareceu à oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Contas Públicas hoje (10) no plenário da Câmara Municipal da Capital sem dados suficientes para esclarecer as dúvidas dos vereadores integrantes da Comissão, o que provocou reação do presidente da CPI, Eduardo Romero (PTdoB).
“O senhor foi convocado desde o início da CPI, pediu dilatação do prazo, que lhe foi concedido, e hoje comparece sem dados que nos permitam ter as dúvidas respondidas. Parece que tem sido uma praxe desse governo desconsiderar o trabalho desenvolvido aqui”, disse Romero.
Wilson do Prado levou uma série de planilhas que apresentou aos membros da CPI, e ressaltou em todos os momentos que o município tem que cortar despesas e pessoal para que alcance uma razoável governabilidade e disse acreditar ser justa a reivindicação dos professores, de que seja cumprida a lei assinada pelo prefeito Gilmar Olarte (PP por liminar) que permitiria o reajuste de 13,01%, mas insistiu na impossibilidade de cumprir tal determinação.
As planilhas, colocadas de forma técnica, geraram dúvidas nos vereadores, até porque a educação, onde mais de um professor atua com diversas turmas, além de contar com coordenadores, professores que prestam serviços administrativos, auxiliares de sala, especialistas em linguagem de sinais etc., apresenta custos de difícil compreensão.
A série de incongruências apresentadas fizeram com que, por mais uma vez a CPI não tivesse os documentos necessários para análise e, por mais uma vez os dados complementares serão entregues em outra ocasião.
Os professores presentes se manifestaram desfavoravelmente sempre que o secretário insistiu que apenas três professores recebem o “piso”, aqueles que ainda têm nível de segundo grau, e todos os outros iniciam a carreira com salário de R$ 2.590,00 por 20 horas/aula, chegando a afirmar que aqueles que cumprem jornada de 40 horas têm salário em torno de R$ 5.500,00.
O secretário também afirmou que não têm faltado merenda nas escolas, diferente do que em sido denunciado pela imprensa, mas que pelo fato de algumas escolas estarem em greve os produtos perecíveis não são entregues, mas que os diretores têm informado a quantidade de alunos que comparecem no estabelecimento e recebem a merenda.
Sem conseguir responder de forma plena os questionamentos por falta de dados, o presidente da Comissão e demais vereadores não se deram por satisfeitos com os dados recebidos. O secretário não soube informar, por exemplo, a diferença de R$ 2.600 milhões a mais na aquisição dos “kits” que são de qualidade inferior aos disponibilizados nos anos anteriores.
O atraso no pagamento dos fornecedores foi confirmado por Wilson, que ressaltou que problemas houve apenas no fornecimento do gás de cozinha, segundo ele porque a empresa venceu a licitação com preço inferior ao que poderia cumprir, e deixou de atender o município.
Os convênios com a OMEP e Seleta foram o grande destaque das discussões, pois faltaram explicação convincentes para a necessidade destes convênios, nos moldes em que estão operando.