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Olarte não recebe professores em greve e impasse sobre piso salarial continua

Foto: Wanderson Lara

Os professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) iniciaram hoje greve por tempo indeterminado diante da recusa do município em cumprir a Lei Municipal nº 5.411/2014 que estabelece pagamento do piso nacional de R$ 1917 para jornada de trabalho de 20 horsas semanais. Sem cumprimento da Lei, o piso dos professores da Reme continua sendo de R$ 1697.

Depois de assembleia geral na sede da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública) hoje às 8h, os professores seguiram para Prefeitura onde uma comissão compostas por secretários municipais se reuniu com representantes da ACP.

"A reunião não chegou a nenhuma conclusão. Não houve avanço nenhum. Apenas marcaram outro encontro hoje às 15h desta vez com presença do Prefeito. A única coisa que o secretários disseram é o que dizem desde dia 10 de março, que estão fazendo estudos", explica o presidente da ACP Geraldo Gonçalves.

Participaram da audiência os secretários Rodrigo Pimentel (Governo) e Wilson do Prado (Administração e Interino da Educação), além do secretário adjunto de Finanças Ivan Jorge. Segundo Geraldo, os secretários informaram a ele a à comissão da ACP que Olarte não participou, pois estava em uma inauguração, porém hoje, por volta das 8h, a reportagem do MS Notícias entrou em contato com assessoria de imprensa da Prefeitura e recebeu a informação de que hoje o Prefeito possui apenas agendas internas.


 Para o professor de matemática Reinaldo  José Schimdt, a situação é prova do  desrespeito do Prefeito com educação,  principalmente com alunos. "Sou professor  há 15 anos e nunca tivemos tantos  problemas, nunca houve greve. Na época  do Nelsinho e do André sempre a ACP  discutia e a Prefeitura repassava sua  proposta mas nunca ficamos um ano sequer  sem reajuste. O Prefeito promete as coisas e  não cumpre, nós não sabemos mais se podemos confiar. Ele não quer dialogar", diz Reinaldo.

Na tentativa de receber os valores atrasados desde início do ano por falta do reajuste salarial de 13,01% e para garantir que o valor de R$ 1917 que é o piso nacional previsto em Lei seja pago a partir de junho, a ACP ingressou uma ação judicial contra Município. 

O Município, por sua vez, já apresentou à justiça uma ação preventiva para impedir a greve alegando atuar em defesa dos direitos dos alunos em ter acesso à educação. O mesmo feito em relação aos médicos. 

Reforço e algumas baixas

A greve ganhou reforço até de alunos da Reme. Um grupo de estudantes do 9º ano da escola municipal Bernardo Franco Baís esteve na manhã de hoje na Prefeitura segurando faixas com dizeres como: "Respeito ao Professor", em apoio à categoria. "Queremos ser alguém na vida, estudar, e os professores são as pessoas que nos ajudam a crescer, eles merecem ser valorizados e respeitados. Eles têm todo direito de fazer greve.Nós viemos aqui por livre e espontânea vontade para apoiá-los", conta a estudante de H.G de 16 anos. 

Por outro lado, conforme disseram alguns professores que pediram para não ser identificados, os convocados da Reme não aderiram à greve, pois estão sofrendo pressão e ameaças da Prefeitura de terem seus contratos rescindidos caso participem do movimento.

Campo Grande conta hoje com 8.754 professores dos quais 3.868 são convocados.