Câmara acaba com blindagem e Edil deixa liderança de Olarte
Fechando o cerco, Edil Albuquerque deixa liderança para que Olarte resolva sua própria incompetência. Vereadores acionam Ministério Público para investigar Crime de Responsabilidade praticada pelo Prefeito.
Na tarde de quinta-feira (21) os vereadores Luiza Ribeiro (PPS), Paulo Pedra (PDT) Cazuza (PP), José Chadid (sem partido), Thais Helena, Alex e Ayrton de Araújo, todos do PT, protocolizaram representação junto ao Ministério Público Estadual solicitando investigação das condutas do prefeito Gilmar Olarte (PP sob liminar) que possam caracterizar Crime de Responsabilidade.
Ainda ontem (21), durante votação de Projeto de Lei do Executivo que dispunha sobre a criação da tabela salarial dos agentes comunitários de saúde e agentes de combate de endemias, e que recebeu emenda contemplando os agentes de saúde pública, o vereador Edil Albuquerque (PMDB) pediu que o projeto fosse retirado da pauta, numa manobra para que o adicional na folha de pagamento fosse transferido para a verba que vem da União. Vencido, Edil não apenas deixou de exercer pressão pela retirada como votou a favor do projeto com a emenda.
Edil usou o fato de haver trabalhado para destravar os projetos do Programa de Desenvolvimento Econômico e Social de Campo Grande (Prodes), que já foram votados, para explicar o fato de deixar a liderança do prefeito na Câmara Municipal de Campo Grande. O vereador ficou numa delicada situação política a partir do crescente número de abandonos da base que fazem crescer a ala independente da Câmara. Também pelo fato de a vereadora Carla Stephanini, presidente municipal do PMDB haver se declarado independente após uma reunião entre os vereadores da legenda em Campo Grande.
Ninguém quer
Nessa fase “ladeira abaixo” do governo Olarte, onde perde secretários, apoios, vereadores, se não tem conseguido partido que lhe queira como filiado, também não está conseguindo quem queira assumir o posto de Edil Albuquerque. Convidados, os vereadores Carlão (PSB), Flávio César (PTdoB) e Chiquinho Teles (PSD), recusaram o convite.
O mais provável é que, por falta de nomes, convide os vereadores que já vêm atuando como líderes, saindo em defesa do prefeito sempre que a ocasião permita: Airton Saraiva (DEM), ou João Rocha (PSDB). A questão é que a defesa ‘sem título’, ou de forma não oficial, pode ser entendida como uma posição pessoal, mas para ser líder teria que ter a anuência do partido, o que parece ser muito difícil de conseguir tanto no Democratas quanto entre os Tucanos. Pelo jeito, só restou a brocha para sustentar o prefeito.