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CPI: Saraiva esquece que é relator e bate boca com Pedra em defesa de Olarte

Pouco ou nada. Esse é o resumo da oitiva com o secretário de administração Wilson do Prado, que ficou devendo explicações por falta de dados técnicos.

Wilson do Prado, secretário de administração. - Wanderson Lara / MS Notícias.

De boas intenções até a Comissão Parlamentar de Inquério (CPI das Finanças) estava repleta. O secretário Wilson do Prado apresentou todos os dados possíveis, nas tinha em mãos apenas números, sem saber a necessária correspondência da importância de cada dado apresentado aos cinco vereadores que compõem a comissão: Eduardo Romero (PTdoB), presidente; Airton Saraiva (DEM), relator; Paulo Pedra (PDT), Thais Helena (PT) e Vanderlei Cabeluldo (PMDB).

Sobre as questões que envolve sua pasta, a Secretaria Municipal de Administração (Semad), Wilson enfatizou nas ações divulgadas de enxugamento de 30% nas despesas com pessoal sem que, necessariamente venha a ocorrer prejuízos nos serviços à população. Em relação à Saúde, preferiu dizer que o corte dos plantões não afetou o atendimento, mas que houve um boicote dos servidores que não aceitaram as novas escalas.

Questionado pela vereadora Thais Helena sobre as constantes nomeações, disse que são substituições nos quadros para cobrir as vagas de aposentadorias, ou que para cada nomeação haveria uma exoneração correspondente. Quando essa informação foi desmentida, lembrou que a atribuição pelas contratações é das secretarias fins e que, à sua secretaria cabem os procedimentos técnicos de publicação e lançamento no sistema.

Entrevero

Nessa linha de depoimento, Wilson do Prado mostrou que sua secretaria tem caráter meramente burocrático, estando mais à serviço das outras secretarias e fazendo soar o alerta quando as finanças colocam em risco a saúde da folha de pagamento do funcionalismo municipal, pouco ou nada podendo fazer em caso de desmandos ou desvios administrativos de outras pastas;.

O vereador Paulo Pedra, antes de formular suas perguntas, fez um arrazoado de dados disponíveis em site do tesouro nacional que mostram a evolução na arrecadação da receita do município de Campo Grande. Neste momento, o vereador Airton Saraiva, esquecendo que a ele cabe a relatoria da CPI, fez um aparte em defesa do prefeito e do secretário.  Saraiva insistiu que os questionamentos de Pedra eram atinentes à Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Controle (Seplanfic).

Paulo explicou que informou os dados para que tivesse o embasamento necessário para suas questões e manteve os questionamentos sobre a ilegalidade do corte de adicional noturno, sobre investimentos em educação e saúde ( Wilson do Prato assume junto com a primeira-dama Andréia Olarte a Secretaria Municipal de Educação – Semed) e a discutida e não explicada suplementação de R$ 70 milhões na folha de março.

Despreparo e adiamento

Despreparado para responder às questões e sem haver levado documentos suficientes para esclarecer as incoerências apresentadas, Wilson do Prado se comprometeu a entregar os documentos que respondam às dúvidas apresentadas até o prazo determinado pelo presidente da CPI, dia 8 de junho. Diferente da praxe adotada pelo secretariado do atual governo municipal, que é o adiamento constante da apresentação dos documentos solicitados pelo legislativo, em se tratando de CPI, caso Wilson do Prado não apresente na data determinada, incorrerá em crime.

O secretário Municipal de Planejamento, Finanças e Controle, Andre Luiz Scaff, acompanhou parte da sessão. Saiu tranquilo após perceber que a relatoria está muito bem encaminhada.