Definidos nomes da CPI que irá mapear os caminhos do dinheiro de Campo Grande
O que seria uma reunião para indicação dos membros que irão compor a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Orçamento e Finanças, se transformou em um intrincado jogo de interesses entre defensores intransigentes implacáveis do prefeito Gilmar Olarte e os blocos de oposição e independente.
Para evitar desgaste maior à imagem do partido, o PMDB optou por não acolher a solicitação do líder do prefeito, Edil Albuquerque, mas emplacou o nome do líder não oficial e muitas vezes mais aguerrido, Airton Saraiva (DEM), além de Vanderlei Cabeludo. Assim vez valer o peso de ser a maior bancada e carimbou de vez a imagem de a grande responsável pela cassação de Bernal, quase numa retaliação à população que, em 2012, nas urnas, optou pela mudança após 20 anos de governos peemedebistas.
A composição da CPI que irá investigar as finanças municipais ficou assim constituída: Vanderlei Cabeludo (PMDB), Airton Saraiva (DEM), Thais Helena (PT), Eduardo Romero (PTdoB) e Paulo Pedra (PDT). Os escolhidos terão uma reunião ainda amanhã (8), para definir presidência e relatoria da Comissão.
Com a intransigência do PMDB em indicar dois nomes, Paulo Pedra foi indicado na vaga que seria destinada ao PSD, por condescendência de Chiquinho Telles, líder do PSD.
Agora a Comissão terá até 120 dias, prorrogáveis, para apresentar seu relatório. Durante este período, a CPI poderá requisitar especialistas para as perícias; ouvir indiciados, inquirir testemunhas, requisitar informações e documentos, requerer a convocação de secretários municipais e tomar depoimento de quaisquer autoridades.
Baseada no relatório final, a Câmara poderá tomar as medidas necessárias, podendo instituir uma Comissão Processante para determinar pela cassação do prefeito ou outras medidas; ou encaminhar suas conclusões ao Ministério Público.
Bloco das minorias
Os partidos minoritários na composição da Câmara definiram a formação de um bloco único para que pudessem indicar um membro para compor a CPI. Segundo a vereadora Luiza Ribeiro (PPS), fazem parte do bloco, além do seu partido, o PP com dois vereadores (Cazuza e Chocolate), PDT(Paulo Pedra)e o José Chadid (sem partido). Com 6 vereadores, formam a segunda maior bancada da Casa.
“Esta CPI vai ao ponto nevrálgico do executivo. Agora não se vai discutir se tem esparadrapo, ou material de limpeza; não vai se discutir se havia ou não o buraco a ser tapado; agora a CPI alcançou o eixo principal da administração, que é arrecadação e despesa. Essa CPI é fundamental, e para a gente chegar nessa CPI e trazer transparência das finanças públicas, foi fundamental a criação desse bloco”, explicou Luiza Ribeiro.