Dúvida sobre paternidade foi a causa de agressão e morte em hotel
Em depoimento contraditório, acusado diz que momento de fúria ocorreu quando sua namorada informou sobre gravidez.
O delegado Miguel Said, do 1º Distrito Policial, informou nesta manhã, após tomar o depoimento do lutador Rafael Martinelli Queiroz, de 27 anos, que no último sábado (18) agrediu a namorada, Carla Maiara Medeiros Dias, 24 anos, e assassinou Paulo Cezar de Oliveira, que se hospedava no Hotel Vale Verde, na Capital, que o autor confirmou a discussão após Carla informar sobre a gravidez.
O relacionamento já vinha conturbado, e a viagem serviria para uma reaproximação, mas a partir do momento em que a namorada informou sobre a gravidez, Rafael colocou em dúvida o fato de ser o pai da criança e partiu para a agressão. Com a fuga da namorada, o acusado passou a invadir os quartos em busca de Carla.
Demonstrando incoerência em seu depoimento, em determinado momento o acusado diz que o filho é seu, e pergunta por ele, para logo após colocar em dúvida eu seja o pai da criança, pois estiveram separados por um curto período.
Segundo informou o delegado Said, “o acusado demonstra imprecisão. Disse não se recordar da agressão, mas há contradição porque em alguns momentos ele lembra que arrombou a porta, para logo depois dizer que não lembra da agressão”.
Questionado, Rafael confirmou que usava medicamentos antidepressivos e outra medicação para redução de peso. Exames serão feitos para verificar se o uso destes medicamentos poderiam induzir à essa alteração de memória.
O acusado será transferido para o presídio em Campo Grande e durante o depoimento aparentou calma e, mesmo quando diz que não se recorda dos fatos, demonstra arrependimento. Carla foi ouvida ainda no sábado, e liberada, retornando para sua cidade. O delegado não acredita que seja necessário ouvir novamente a namorada do acusado, mas que se necessário poderá pedir novos depoimentos por carta precatória.