Dor de cotovelo
Membros da CPI da Enersul rebatem Marquinhos e cobram entrega de relatório completo
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Enersul mal começou e os membros da comissão já estão "se estranhando". Depois de ter perdido a presidência da CPI, o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB), que teve de contentar com uma vaga na comissão, criticou os colegas, em especial o presidente, deputado Paulo Corrêa (PR).
Segundo declaração de Marquinhos do dia dois de abril, a escolha do presidente e relator da CPI foi feita em uma reunião na casa do peemedebista Maurício Picarelli com os 18 deputados da base aliado do governo. "Eles esperaram eu sair da reunião para definir os nomes. Eles disseram que se eu fosse o presidente iria muito a fundo nas investigações e poderia prejudicar a Energisa”. A Energisa é a atual concessionária responsável pelo abastecimento elétrico no Estado.
Em resposta a Marquinhos, Corrêa e Beto Pereira (PDT), eleito relator, questionaram a veracidade do relatório produzido pela empresa de auditoria PWC (Price Water House Coopers), que constatou o desvio de R$ 700 milhões na Enersul e a existência de uma folha confidencial para pagar mensalmente 35 pessoas físicas e jurídicas, configurando uma espécie de mensalão, entre os anos de 2010 e 2015. O relatório foi produzido em 2014 a pedido do então deputado federal Fábio Trad (PMDB), e entregue a Marquinhos.
Toma lá da cá
?"O deputado deveria manter respeito com outros parlamentares. Eu fui o presidente da outra CPI que assim com esta, irá investigar a fundo o caso e por isso, hoje, a tarifa é mais barata. Se ele ficou ressentido problema é dele com partido dele", afirmou Paulo Corrêa. O próprio Marquinhos reconhece que tem perdido cargos importantes na Assembleia devido à falta de apoio do PMDB.
Os deputados questionam por que Marquinhos entregou apenas 24 páginas de um relatório que contém mais de 200, o que sugere um possível "boicote". "Pairam dúvidas nas páginas entregues. Uma delas é que o relatório foi feito há mais de um ano e não sabemos o que aconteceu em um ano. Muitas informações são inconclusivas, apenas indícios, mas independente disso, a Assembleia irá fazer sua própria investigação", diz Beto Pereira.