Professores do Mirim, cedidos pelo município, se dizem pressionados a manter greve
Professores, cedidos pela Semed (Secretaria Municipal de Educação) ao Instituto Mirim de Campo Grande) realizam greve desde a última sexta-feira, dia 20. De braços cruzados, os professores pediram a saída imediata da atual diretoria da ONG (Organização Não Governamental).
“São 24 professores que participam desta greve. Queremos a saída da Mozania e que a atual gestão da prefeitura indique a nova presidente. Queremos melhorias no material pedagógico e projetos sociais. Não temos clima para trabalhar aqui. Estamos pisando em casca de ovo, pois qualquer coisa é motivo para punição. Temos que tomar cuidado com o que falamos”, disse o professor Vanderley Chiquito, participante da greve.
Por outro lado, um grupo de professores procurou o MS Notícias na tarde de hoje com outra versão e informou que não passa de dez o número de professores em greve. Eles contam que não houve de fato adesão em massa e que muitos são contrários à greve justamente por entender que a atual diretoria tem tentado resolver o problema junto à prefeitura e reconhecem os avanços do Instituto durante os dois anos da gestão atual.
"Eu não aderi e sei de colegas que não aderiram, não sei o motivo real disso, mas é claro que há um cunho político nessa briga. Nos últimos dois anos só vi melhoras, o prédio foi reformado, não falta nada aqui, acho até ridículo o que tem sido veiculado porque não é verdade", afirma uma professora.
O grupo conta que no dia 24 de março apenas sete professores ainda permaneciam em greve, mas que ontem eles receberam uma ligação de uma funcionária da prefeitura chamada Ivani Oliveira de Souza que lhes orientou a retomar a greve caso contrário sofreriam consequências. "Ontem a Ivani ligou e disse que não era para ir para sala de aula", diz uma professora, questionada sobre quem seria Ivani, ela conta que a funcionária trabalha no FAC (Fundo de Assistência à Comunidade) assessorando a primeira dama.
Ivani, de fato, foi nomeada em dez de novembro de 2014 para exercer cargo em comissão de assessora técnica II, símbolo DCA-5 na SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social).
A reportagem do MS Notícias procurou a presidente Mozania para falar sobre o assunto e ela atendeu a equipe em companhia da Silvia Almeida de Souza, diretora executiva do Instituto. Mozania mostrou documentos de novembro de 2014 assinados pelo Instituto e pela prefeitura firmando um acordo, intermediado pelo Ministério Público Estadual. O acordo foi realizado em 16 de dezembro de 2014 e nele a primeira cláusula reza que deve ser preservada a atual diretoria do instituto, além de outros pontos, que de acordo com Mozania foram todos cumpridos pelo Instituto.
Para evitar a paralisação das aulas por conta da greve, o IMCG contratou 17 novos professores para lecionar nas duas unidades do instituto. “Sem aulas nossos alunos não vai ficar”, afirmou Mozania, que apresentou outro documento dando prazo para que os professores em greve, cedidos pela Semed, pudessem voltar aos trabalhos normalmente, sem punições, até às 13h de ontem, dia 25, o que não aconteceu. “Agora a situação deles é com o município. Não fazem mais parte de nosso quadro de professores”, frisou.