Sem dinheiro nos cofres, ainda assim Olarte diz que Capital terá ‘centenas’ de obras
Alguma coisa está errada nas contas da população que se vê privada de bons serviços públicos. Alguma coisa não está batendo na matemática de Olarte que promete centenas de obras.
Há Ceinfs parados e abandonados, a cidade ainda sofre com buracos, empresas como a Selco ainda vencem licitações, apesar de estar envolvida na denúncia do falso tapa-buracos que tem laudo contestado por técnicos, os artistas não recebem o que lhes é devido, as viagens são feitas “de carona” em jatinhos de empreiteiros que prestam serviços para a Prefeitura, e ainda assim o prefeito Gilmar Olarte escapa de todas as questões repetindo como um mantra uma série de obras que, garante, serão feitas ainda este ano.
A Comissão Permanente de Obras da Câmara estranha o relatório de obras entregue pelo secretário Valtemir de Brito e coloca em dúvida que a prefeitura tenha o recurso necessário para a contrapartida das obras do PAC anunciadas. Sem conseguir responder sobre o tapa-buracos, fazendo reuniões onde sempre faltam documentos que esclareçam as questões levantadas pelos vereadores, Olarte teme que a CPI proposta pela vereadora Luiza Ribeiro alcance as duas assinaturas que faltam.
A suspeita é a de que Olarte esteja usando das promessas e projetos para ganhar o tempo necessário para apresentar propostas viáveis, ou conseguir uma boa desculpa. Das obras que o prefeito disse estar em andamento, duas que foram visitadas pelo vereador Ayrton de Araújo permanecem paradas.
Durante evento nesta manhã na Base Aérea de Campo Grande, o prefeito novamente repetiu: “Nós estamos destravando tantas obras que já, já, Campo Grande estará um canteiro de obras. Os processos estão bem avançados. São obras que ficaram paralisadas por anos. São muitas as obras, são centenas de obras”, disse. Logo depois, no entanto, armou uma desculpa em caso de não cumprimento das promessas. “Estamos articulando em Brasília, mas todos sabem da situação do Governo Federal”, finalizou.
Questionado se haveria recursos suficientes também para manter a folha de pagamento dos que serão contratados para atuarem nos Ceinfs e Unidades de Saúde que, segundo o planejamento, serão entregues ainda este ano, Olarte disse que “Por isso nós temos que fazer o dever de casa, cortar os excessos, já cortamos bastante coisa, e estamos fazendo os ajustes em todas as áreas para que haja condição financeira primeiro de fechamento da folha, tranqüilidade dos servidores até o final do ano e 13º - já estamos reservando desde janeiro para não chegar lá apertados , como foi o ano passado. E ter os recursos financeiros para que a gente possa bancar essas despesas”.
Para as obras, garantiu que as verbas virão de recursos do FGTS e BNDES, estando portanto garantidas, e disse que esta confirmação foi dada pelo superintendente da Caixa Econômica Federal em Mato Grosso do Sul.
“No meu governo nenhum recurso foi perdido por paralisação de obras. Nos governos anteriores houve recursos que foram perdidos, e nós estamos tentando recuperar. Nós precisamos olhar para a frente, nós precisamos olhar para as vinte e tantas unidades de saúde que estão sendo liberadas para reforma, pois os recursos foram liberados; manutenção dos Ceinfs cujos contratos foram licitados e estão prontos e em plena vigência; escolas; CRAS, junta do serviço militar reformada, as praças Ari Coelho, do Rádio Clube e a Praaça Cuiabá sendo reformada; a partir do dia 15 abril com a limpeza da cidade e de mais de 100 praças espalhadas pela cidade.
O secretário Valtemir de Brito está de parabéns e a sua forma de trabalhar, eu conheço bem seu estilo, que é organizar tudo antes e, feito isso aperta um botão e sai fazendo o que é necessário. Ele pegou todas as obras travadas, com nós, e tudo está sendo destravado. Agora teremos centenas e centenas de obras.
Sobre os Ceinfs, disse que entregou seis no ano passado e irá entregar nove este ano. “A média do ex-prefeito e ex-governador André Puccinelli era três por ano; a média do ex-prefeito Trad era dois por ano, com a entrega dos nove Ceinfs este ano estamos com uma média de sete e meio por ano. Olha a média de entrega de Ceinfs do prefeito Olarte”, finalizou.