Unânime
Cansados, produtores não veem possibilidade de acordo e querem reintegração
Em unanimidade, os 31 produtores rurais da Fazenda Buriti, com mais de 15 mil hectares na região de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, ocupada por índios desde 1999, querem novamente e reintegração de posse e descartam possibilidade de acordo com a União que, de acordo com eles, querem pagar valor abaixo do mercado pelas terras.
Segundo o advogado dos produtores rurais, Newley Amarilla, desde 2013 os proprietários querem um acordo, e venceram uma ação em última estância no Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
“Nós que somos donos da área, teríamos que ser obrigados a vender a propriedade pelo valor que o governo quer. A justiça federal não tem força para retirar os índios de lá, isso criou um problema seríssimo. O governo diz que quer acordo, mas que na verdade é uma capitulação. A nossa exigência sempre foi de vender a área por um preço justo de mercado, por pelo menos R$ 130 milhões pelos 15 mil hectares que tem lá e eles oferecem apenas R$ 80 milhões e assim mesmo em precatório. A área é nossa e, se eles querem que a gente venda, nós vamos vender pelo preço que achamos justo. Não haverá acordo, pois nunca nos foi apresentado a possibilidade real de um acordo. Não queremos ser objeto de confisco”, disse o advogado, ressaltando que nenhum produtor tem segurança para fazer o acordo agora.
Para o produtor rural, Vanth Vanni Filho, que tem 1.200 hectares na área, todos os donos de propriedades da região do Buriti só tiveram prejuízo e, por isso, preferem que o governo compre as áreas, porém com preço justo, mas admite que não há muita esperança. “Nós estamos perdendo tempo. Temos o caminho. Nós somos os proprietários da terra. Estão enrolando a gente, porque agora querem um acordo. Indicamos dois institutos de perícia em outubro do ano passado e eles, mas a União não decide nada. Está sendo jogado o jogo político. Eles agora estão desesperados. Nós queremos resolver, mas não queremos correr riscos. Tivemos muitos prejuízos. Avalio em pelo menos R$ 900 mil de furtos em imóveis, maquinários e gado. Se tivessem aceitado o valor pedido, há um ano, estaria tudo resolvido”, comentou.
No local, são 31 produtores rurais e 27 fazendas ocupadas. “Será tentada outra reintegração de posse e que Justiça Federal faça valer sua força que é a força do direito. Nós não queremos uma força produto da violência, um produto de arbitrariedade. Nós queremos proveniente do direito. Não adianta nada, direitos assegurados na constituição, não serem efetivos”, finalizou Newley.