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História e Esquecimento

Sessão “histórica” da Câmara é esquecida em seu primeiro aniversário

Os vereadores, de um modo geral, não acreditam que ainda resista na população a idéia de “Golpe”

Sessão contou com manifestações prós e contras a cassação. - Montagem: Dirceu Martins

Era notícia dos sites do dia 13 de março de 2014 a sessão histórica, como diziam os vereadores, que às 23h50 do dia 12 cassou por 23 votos a 6 o mandato do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), eleito em outubro de 2012 com mais de 270 mil votos.

Passado o primeiro ano, e com o atual prefeito, Gilmar Olarte, que se mantém no PP por liminar, uma vez que foi expulso da legenda, e respondendo a processo judicial por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, a Câmara silenciou sobre a data.

Opiniões

O vereador Edil Albuquerque, líder do prefeito, vê como positiva a decisão da Câmara e diz que Campo Grande ganhou em emprego e renda na atual gestão, ainda que tenha sido prejudicada pela ‘parada’ em função da Copa do Mundo realizada no país, e o período eleitoral que impede por lei uma série de ações.

“Esses eventos prejudicaram o andamento das ações, assim como a chuva tem atrapalhado a realização de diversos serviços, e temos que levar em conta a queda da receita que imobiliza projetos. Mas devemos salientar pontos positivos como a criação da Secretaria Municipal de Segurança e a inauguração da Casa da Mulher Brasileira, a primeira do país, além do destravamento de vários projetos”, disse Edil.

A vereadora Luiza Ribeiro (PPS), base de Olarte e hoje na oposição ao governo Olarte, entende que a cassação foi um equívoco e um ataque à democracia e, hoje, sofre com um prefeito que vem, inclusive, sendo processados pelo Ministério Público por corrupção.

“Comemoramos um ano de desrespeito à livre escolha da população, comandado por um grupo ligado ao PMDB que incentivou e orquestrou a decisão política de cassar um prefeito legitimamente eleito. A decisão não poderia ser pior, hoje temos a piora da administração que não tem respostas nem compromissos com a população. Olarte loteou as secretarias em ação engendrada antes, conforme apontam as investigações do Gaeco. Tem ainda que explicar onde está o dinheiro que lhe foi deixado, e que a sociedade irá cobrar e julgar em 2016”, enfatizou Luiza.

“Golpe é um pensamento de poucos, mas todos têm o direito de se expressar. Tivemos base legal, todos os trâmites legais foram obedecidos, existiam denúncias formalizadas”, assim se posicionou o vereador Otávio Trad (PTdoB), que hoje caminha para assumir uma posição de independência em relação ao governo Olarte.

Trad não entende que o apoio da Câmara ao atual prefeito possam ser entendida como um julgamento de dois pesos e duas medidas, uma vez que as críticas à atual gestão são crescentes, existem ameaças de CPIs, Olarte é réu em processo de corrupção e lavagem de dinheiro. “Estamos fiscalizando, convidando secretários para prestarem explicações. Os secretários Azambuja (Secretaria Municipal de Segurança) e Valtemir Brito (Seintrha) compareceram, a Juliana Zorzo (Fundac) não veio. A Câmara tem cumprido seu papel,” finalizou Otávio.