CPI da Petrobrás faz as raposas investigarem as raposas
Quando o jornal britânico Financial Times afirmou que no Congresso brasileiro "a raposa está frequentemente cuidando do galinheiro", houve grita geral dos ufanistas, mas a partir do momento em que 13 dos 27 escolhidos para participarem da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, ai incluídos o presidente e o relator, tiveram suas campanhas eleitorais financiadas em R$ 3,3 milhões por empresas investigadas no âmbito da Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção na estatal, esse preciosismo nacionalista cai por terra.
Dos mais de 3 milhões doados pelas empresas Odebrecht, Galvão Engenharia, Engevix, Andrade Gutierrez, UTC, OAS e Toyo-Setal, metade desse valor foi doado apenas para os deputados Hugo Motta (PMDB-RJ) e Luiz Sérgio (PT-RJ), respectivamente presidente e relator da Comissão.
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) foi uma das vozes que se levantaram pedindo a destituição dos parlamentares, em face da relação investigador-investigado. O pedido foi rejeitado pela Câmara de maioria governista, com o argumento de “Não podemos criminalizar quem recebeu o financiamento legal para suas campanhas", do líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ).
Esta é a terceira CPI instalada para investigar esquema de corrupção na Petrobras e deve durar 120 dias, podendo se prorrogada por mais 60 dias.
O Congresso instala pela terceira vez uma CPI para investigar o esquema de corrupção na Petrobras. O objetivo, desta vez, é apurar as irregularidades ocorridas entre 2005 e 2015. Os trabalhos devem durar 120 dias, com a possibilidade de prorrogação de mais 60 dias.
Confira a lista dos deputados da CPI da beneficiados pelas empresas investigadas na Lava Jato
Luiz Sérgio (PT-RJ), total doado por investigadas na Lava Jato R$ 962.500,00 (OAS R$ 380.000,00 - Queiroz Galvão R$ 332.500,00 - UTC R$ 200.000,00 – Toyo-Setal R$ 50.000,00);
Edio Lopes (PMDB-RR), total doado por empreiteiras investigadas R$ 680.732,00 (Andrade e Gutierrez R$ 500.000,00 - Queiroz Galvão R$ 130.000,00 - OAS R$ 50.732,00);
Hugo Mota (PMDB-PB), total doado por empresas investigadas R$ 454.572,50 (Andrade Gutierrez R$ 254.572,50 - Odebrecht R$ 200.000,00);
Júlio Delgado (PSB-MG), total doado por empresas investigadas R$ 380.000,00 (Andrade Gutierrez R$ 200.000,00 - Queiroz Galvão R$ 100.000,00 - Odebrecht R$ 80.000,00);
Cacá Leão (PP-BA), total doado por investigadas R$ 306.993,10 (OAS R$ 204.137,69 - Andrade Gutierrez R$ 100.000,00 - UTC R$ 2.855,41);
Paulinho da Força (PDT-SP), total doado por investigadas R$ 240.925,50 (Odebrecht R$ 158.563,00 - Andrade e Gutierrez R$ 33.887,50 - Queiroz Galvão R$ 29.180,00 - UTC R$ 19.295,00);
Onyx Lorenzoni (DEM-RS), total doado por investigadas R$ 200.000,00 (Andrade e Gutierrez R$ 200.000,00);
João Carlos Bacelar (PR-BA), total doado por investigadas R$ 105.406,00 (OAS R$ 104.500,00 - UTC R$ 556,00 - Odebrecht R$ 350,00);
Félix Mendonça Júnior (PDT-BA), total doado por empresas investigadas R$ 22.042,83 (Odebrecht R$ 9.600,00 - OAS R$ 9.587,42 - UTC R$ 2.855,41);
Afonso Florence (PT-BA), total doado por investigadas na Lava Jato R$ 16.183,25 (OAS R$ 14.755,55 - UTC R$ 1.427,70);
Paulo Magalhães (PSD-BA), total doado por empresas investigadas R$ 5.293,23 (UTC R$ 2.855,41 - OAS R$ 2.437,82);
Bruno Covas (PSDB-SP), total doado por empresas investigadas R$ 2.711,50 (OAS R$ 2.495,00 - Andrade Gutierrez R$ 216,50);
Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), total doado por empresas investigadas R$ 2.343,75 (Engevix R$ 2.343,75)
Com informações do MSN Notícias