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Limbo

Após Nelsinho, sobrenome Trad passou a ser um peso político

“Um irmão é diferente do outro, assim como um dedo da mão é diferente do outro”, disse Marquinhos, tentando desvincular sua imagem ao irmão acusado de improbidade administrativa.

Nelsinho Trad. - Arquivo MS Notícias.

A sucessão de processos que recaem sobre a administração de Nelsinho Trad, a comentada arrogância do clã Trad, que os fez serem postos à margem dentro do PMDB, a guerra declarada entre Marquinhos e o ex-governador e grande mentor do PMDB, André Puccinelli e o fato de viverem basicamente da política, após o rompimento com o braço econômico mais forte, os Amorim, coloca a família em uma delicada posição e sem grandes horizontes políticos.

As malas estão prontas, mas seria afoito debandar para outro, ou outros partidos no momento em que o Congresso pretende voltar a discutir a reforma política que o presidente da Câmara garante querer ver votada, se não no todo, em partes.

O PTB nacional abriu as portas para os três, Fábio, Nelsinho e Marquinhos. Dois deles devem aceitar o convite, outro deve ir para o PL, caso a nova sigla seja aprovada. Somariam partidos, somariam tempo de exposição no horário destinado aos partidos políticos. O que os retém é a indefinição sobre a coligação nas proporcionais. Se impedida, seria mais um balde de água fria nas pretensões políticas do clã, e em plena época de seca.

Mas o maior estrago foi o ajuizamento da denúncia pelo Ministério Público Federal em função do GISA. Pode ser apenas mais um dos inúmeros processos aos quais responde o ex-alcaide, mas é o mais emblemático deles e o que provocou um rombo no já combalido cofre público, de R$ 14 milhões de reais a serem pagos pelos contribuintes por um serviço que não receberam.

Nelsinho, repentinamente descobriu que nunca foi Rei, talvez um nobre menor, sequer amigo do Rei era.

Agora resta um Fábio Trad sem a OAB sob seu domínio, sem mandato, cheio de incógnitas. Um pretenso candidato à prefeitura que habita a ilha da Assembleia, longe da população da Capital que pretende administrar, tendo por bandeira de campanha uma guerra contra a empresa de energia de Mato Grosso do Sul. Até nisso a coisa não anda bem, já que o governo federal resolveu fazer um assaque à renda do consumidor usando a tarifa de energia para isso. Por fim, um Nelsinho que não é esquecido pela população, antes conseguisse isso, mas é lembrado de forma pouco meritória.

O PTB do Mato Grosso do Sul, lhes cabe bem, pois que é uma agremiação que abriga clãs e confrarias. Já o gestacional PL, nascido das entranhas do PSD, aqui tem dono, e esse senhor do destino dos filiados, tem pretensões semelhante ao do preposto deputado.