Polícia Comunicativa
Delegado - Jornalista quer estreitar relação da polícia com a imprensa
O nome dele é Sidnei Alberto, 60 anos, natural da capital paulista, delegado e jornalista formado pela Faculdade Estácio de Sá de Campo Grande em 2008, foi escrivão e investigador. Hoje tem o desejo de afunilar o relacionamento da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul com a imprensa local.
Sidnei veio para o Estado em 1984 e é da primeira turma de delegados concursados de MS. O primeiro contato com a área de comunicação foi em 1986, quando era o delegado titular da delegacia central na época, fez o papel de ‘Relações Públicas’ da polícia. Teve bom contato com repórteres de dois importantes jornais impressos da época.
O interesse pela formação na área de Comunicação Social em Jornalismo surgiu em 2004, quando era Corregedor do Detran. “Como sempre foi comunicativo, eles acham (colegas policiais), comecei a querer fazer o curso. Um terço da minha carreira na polícia fez assessoria. Fui tomando gosto pelo jornalismo, pois também aprendi muito com quem era da área como os fotógrafos Figueiredo, Avelino e Ordones”, destacou o delegado –jornalista que atualmente está fazendo Pós-Graduação em Assessoria de Comunicação.
“Para os jornalistas sou delegado. Para os delegados sou jornalista”, exclamou Sidnei contando que os delegados no Estado estão se adaptando a realidade da comunicação social. “Para alguns delegados se vazar informação eu serei o primeiro suspeito e para os jornalistas sou cobrado de repassar as informações”.
O cargo de chefia da assessoria de comunicação da Delegacia Geral da Polícia Civil (DGPC) foi um convite do novo delegado-geral, Roberval Maurício Cardoso Rodrigues. “Estava me preparando para a aposentadoria. Aceitei o convite pela forma de trabalho do delegado Roberval e por conhecer o trabalho dele, voltei. A intenção é divulgar a polícia.”
A assessoria de imprensa tem hoje o trabalho de três pessoas que atendem mais de 30 delegacias na Capital, além das delegacias dos 78 municípios do interior do Estado. “É um orgulho para mim, fazer parte desta assessoria. Ser delegado e jornalista, são duas paixões numa só profissão”, disse.
Jornalismo – “O jornalismo me fez aprender muitas coisas. Precisamos sempre dizer a verdade. Não devemos escolher as palavras, o que importa é a verdade. É como um copo pela metade. Ou está meio cheio de qualidade ou meio vazio de qualidade”, exemplificou.
Curso – Um curso de Mídia Trainner para os delegados deve ser realizado pela DGPC nos próximos meses. A intenção é preparar os delegados para falar com a imprensa. “Os delegados antigos queriam dar entrevista de óculos escuros e isso precisa mudar. Tinham receio de aparecer. A autoridade policial tem que dar satisfação do serviço realizado para a sociedade por meio da imprensa. Somos servidores do povo”, frisou Sidnei.
O curso será promovido em parceria da Secretaria de Escola do Governo e Academia de Polícia Civil.
Livro – Sidnei tem um projeto de lançar um livro que está escrevendo sobre casos interessantes que já presenciou durante os 39 anos que está na Polícia Civil. O título será “Causos Engraçados de Uma Polícia Séria”, que trará narrativas de momentos engraçados vividos por Sidenei que ficaram na memória do delegado.
“Lembro de uma vez em que grande quantidade de droga estava sendo incinerada em Campo Grande e toda imprensa estava lá. Os cinegrafistas faziam imagens da droga. Um deles ficou sozinho depois que todos tinham terminado. Cheguei por de trás dele e perguntei: Você já filmou? De imediato ele respondeu: Fumei sim doutor, mas foi só uma vez”, contou ao risos o delegado Sidnei. Ele ressaltou que tem muitas histórias para contar, mas que antes pede autorização dos personagens para publicar. A previsão de lançamento do livro é 2016.