Takimoto e Vander apresentam à Caixa proposta da Loteria da Saúde
Em mais uma iniciativa a fim de viabilizar recursos para a saúde pública, o deputado estadual George Takimoto (PDT) e o deputado federal Vander Loubet (PT) reuniram-se ontem com o superintendente regional da Caixa Econômica Federal, Paulo Antunes, para explicar e defender proposta que podem oxigenar o orçamento da saúde pública. Os parlamentares sugerem a criação de um concurso lotérico específico para arrecadar fundos destinados à melhoria do atendimento e à modernização do sistema de saúde pública nos municípios.
"Desde o início do mandato venho defendendo essa ideia com o Vander. Ele é um deputado atuante e desfruta de bom trânsito em Brasília, o que é importante, já que é prerrogativa exclusiva da União legislar sobre consórcios e sorteios”, disse Takimoto. A proposta, explicou, é simples: instituir uma loteria, similar às que são geridas pela CEF, com a diferença que em vez de carrear receita para o esporte contemple o sistema público de saúde.
Médico há 47 anos, com especialização em Clínica Geral, Cirurgia Geral e Geriatria, Takimoto entende que se os recursos gerados pela loteria não forem suficientes para resolver todos os problemas, ao menos contemplarão demandas básicas, como equipar, reformar e manter os exames complementares para diagnósticos e tratamento.
Vander endossa a confiança nos resultados da proposta. A seu ver, seria mais uma forma de viabilizar mais recursos sem a necessidade de, por exemplo, criar um novo imposto. "Defendemos que seja instituído um projeto-piloto dessa loteria em Mato Grosso do Sul. Se o Governo Federal julgar viável, essa medida poderá ser replicada em todo o Brasil", deduziu Vander.
Planos Anos x SUS
Outra proposta dos parlamentares refere-se à mitigação de custos do SUS (Sistema Único de Saúde) com internações hospitalares. A ideia é esta: toda pessoa que possuir plano de saúde e for internada em enfermaria pelo SUS poderá optar por um apartamento ou quarto em separado, para ter mais conforto, mas arcando com esse custo. “Dessa forma, além de abrir vaga na enfermaria para quem depende só do SUS, o caixa desse sistema se alivia também. Isso gera benefícios para todas as categorias de pacientes, tanto os dos planos de saúde quanto os do SUS”, diz Takimoto.
Ao defender essas propostas, Takimoto recorre à experiência profissional e à vivência de quem há 50 anos acompanha a saúde pública. “Se a ciência médica evolui em todos os aspectos, dos diagnósticos ao tratamento, o sistema de saúde pública estagnou, é ineficiente, os recursos são irrisórios”. Ele se confessa estarrecido quando o caos do sistema recai sobre os profissionais do setor.
“Sou um médico sofrido, como os demais colegas, com tudo isso. O que queremos é propor soluções, alternativas para que médicos, hospitais e pacientes tenham melhor estrutura de trabalho e atenção. Se um paciente tem condição financeira, ele paga seu plano de saúde e mitiga o custeio do SUS. E ao fazer essa opção, inclusive abre ao Ministério da Saúde a hipótese, que eu defendo, de estudar um complemento aos ganhos dos médicos e profissionais, estimulando o exercício da profissão e atacando os pontos de precariedade do sistema”, enfatiza.