Conheça detalhes sobre a trajetória política de Rose Modesto
Foto: Tayná Biazus
Desenvolvimento social é assim que Rose Modesto, vice-governadora eleita, prefere nomear a pasta pela qual será responsável nos próximos quatro anos. Conheça os detalhes da trajetória de Rose, que os 35 anos se consolida como um dos principais nomes da nova geração de políticos sul-mato-grossenses.
[caption id="attachment_49683" align="alignright" width="360"]Foto: Tayná Biazus[/caption]
Em 2008 quando se candidatou a vereadora pela primeira vez, Rose começou uma carreira de sucesso ao se eleger com mais de sete mil votos. Em 2012, na disputa pela reeleição, ela foi a segunda vereadora mais votada de todo Estado, o que, naturalmente, mostrou a ele a ao PSDB as potencialidades dessa nova voz na política do Estado.
Rose foi criada até os seis anos em Culturama, mas nasceu em Fátima do Sul. Ela relembra a vida difícil dos pais, que decidiram vir para Campo Grande em busca de melhores condições de vida. Foi assim que aos seis anos de idade, Rose chegou com sua família a Capital em 1985. “Essa é uma realidade de muitos municípios do nosso Estado. Regiões como sudoeste e norte estão esquecidas e os jovens acabam indo embora”, afirma.
A governadora eleita estudou em escolas públicas da Capital, e em 1999 começou o curso de graduação de história na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco). “Quando me formei já dava aulas nas escolas Joaquim Murtinho como estagiária e na Maestro Heitor Villa Lobos, que foi onde comecei meus estudos aqui em Campo Grande”, relembra.
O início da vida pública veio pouco tempo depois. Na verdade, segundo Rose, desde a infância, ela já se envolvia com eventos no bairro promovidos pelo irmão, professor Rinaldo. “Desde adolescência, via Rinaldo atuando na política como presidente de bairro sempre fazendo projetos na área de esporte, cultura e saúde. Eu o ajudava a divulgar os eventos ia de casa em casa, acho que foi a partir daí que nasceu meu espírito de liderança e envolvimento com a política”, explica.
A trajetória de Rose foi naturalmente se escrevendo na política devido à projeção de seu nome nas comunidades carentes da Capital por conta não só de seu irmão, mas também do projeto Tocando em Frente, iniciado por ela em 2002. “Em 2002 fui trabalhar com educação e com o projeto que na época se chamava Aprendendo com Música, depois em 2004, o Rinaldo se elegeu vereador e dois anos depois foi eleito deputado. Nesse momento, naturalmente, as pessoas começaram a me questionar e dizer que eu deveria me candidatar, o que aconteceu em 2008.”
Sobre o projeto, Rose conta que tudo começou por causa de seus alunos que moravam na comunidade do bairro Dom Antonio Barbosa, onde está localizado o lixão de Campo Grande. “O projeto começou no Dom Antonio Barbosa, próximo ao lixão, pois muitos alunos meus sobreviviam do trabalho do lixo com os pais, e eles iam para escola com autoestima baixa, muitos iam apenas por causa da merenda. Então pensei que através da música poderia resgatar autoestima deles, e foi assim que comecei embaixo de um pé de árvore em uma casa simples, ensinando música e depois esporte e assim foi”.
O projeto cresceu e se tornou atividade de contra turno oferecida pela prefeitura aos alunos da Reme (Rede Municipal de Ensino), e Rose deixou a sala de aula para se dedicar exclusivamente ao trabalho social. “Foi por causa deste projeto que a prefeitura criou a coordenadoria de esporte, arte e cultura, dentro da Semed (Secretaria Municipal de Educação). Nessa época, eu não tinha nenhuma intenção política, tinha sonho de ver meu irmão crescer politicamente, mas as coisas foram crescendo e em 2008 minha candidatura era natural dentro do grupo do PSDB.”
Rose revela que tanto ela quanto Rinaldo ficaram receosos em lançar sua candidatura à vereadora. “Tanto eu quanto Rinaldo tínhamos muito receio porque se eu perdesse seria uma derrota dele também por não conseguir eleger a irmã, mas acredito que tudo deu certo porque esse projeto nasceu antes no coração das pessoas.” Com mais de sete mil votos, Rose elegeu em 2008 e em 2012 se reelegeu com a segunda maior votação para vereador de todo Estado. Dois anos depois, Rose se elege vice-governadora ao lado de Reinaldo Azambuja
Em uma virada histórica e surpreendente, Rose e Reinaldo Azambuja se elegeram para comandar Mato Grosso do Sul nos próximos quatro anos. De terceiro colocado, Reinaldo cavou segundo turno e com mais de 700 mil votos se elegeu governador no dia 26 de outubro deste ano. A princípio, Rose era mais um dos nomes cotados para ser vice de Reinaldo, que buscava formar uma aliança consistente, já que seus adversários detinham chapas numericamente maiores que a do PSDB.
Nesse cenário, era difícil imaginar lançar uma candidatura com chapa pura, mas, diante de pesquisas, e depois de uma decisão coletiva, Reinaldo, Rose e seus aliados resolveram arriscar. “Tínhamos muita preocupação de vir com chapa pura, mas o interessante foi que os nossos aliados, que tinha outros nomes de deputados e vereadores, chegaram à conclusão de que meu nome era a melhor opção. A pesquisa que fizemos também ajudou muito. O vice tem que ser aquele que de alguma maneira vai contribuir para ganhar a eleição porque o nosso projeto sempre foi coletivo.”
Rose considera a experiência da campanha como uma grande oportunidade de conhecer o dia a dia da população sul-mato-grossense e, avalia o resultado da eleição como consequência de um fato inédito dentro da trajetória do PSDB em Mato Grosso do Sul. “A experiência em si foi fantástica, pude conhecer e ver coisas que desconhecia, e me marcou muito também a militância do PSDB, que se uniu e foi às ruas pedir votos e colaborar com a campanha o que nunca tinha visto acontecer dentro do PSDB”, relembra Rose.
Para a vice-governadora, o crescimento do partido e a consequente vitória se deram também pela proposta de inovar e mudar a estrutura política e forma de fazer política. “Víamos muitas pessoas desanimadas com a política em geral. Muita gente me disse que votaria em nós para tentar de novo, mas nessa campanha no Brasil todo existiu no geral um sentimento de descrédito com a política, que tem sido, infelizmente, tomada pela politicagem, o que não é bom."
Rose espera que a partir de 2015 ela e Reinaldo consigam criar um relacionamento de confiança com servidores públicos e com sociedade para promover as mudanças propostas em campanha e não falhar com eleitorado e com população do Estado mostrando que é possível sair da promessa. “Hoje, o funcionário público está desmotivado com a política porque ele não é valorizado assim como sociedade, mas eu acredito que a única forma de mudar de verdade a vida das pessoas é através da política e temos que resgatar esse lanço de confiança.”
Para mudar, Rose explica que ela e Reinaldo vão priorizar investimentos em áreas como saúde e segurança pública e buscar recursos junto ao governo federal contando com ajuda da bancada federal. “Primeiro é preciso lembrar que não se faz nada sem recursos e saúde custa caro. O Reinaldo já teve a iniciativa de procurar a bancada e a recepção foi ótima, o deputado Vander coordenador da bancada está muito disposto a ajudar a isso é muito bom”, diz Rose.
Rose faz um balanço dos pilares da gestão tucana que se inicia a partir de 1° de janeiro de 2015 e acredita que buscar parcerias com governo federal, deputados, com setor privado e fortalecer a presença do Estado no interior auxiliando prefeituras, assim como manter diálogo constante com população e com servidores serão os pilares de sustentação desse novo governo que nasceu do desejo de mudança e deverá enfrentar grandes desafios ao longo dos próximos quatro anos para consolidar suas propostas.
Heloísa Lazarini