Escândalo: Com R$ 5 mil de salário, vereadora de Paranhos recebia R$ 134,00 por mês do bolsa família
Nos dois primeiros meses deste ano, uma autoridade de Paranhos, eleita pelo povo, figurou entre os 1.518 beneficiários do bolsa família, programa de transferência de renda do Governo Federal destinado a tirar da linha de miséria famílias com renda mensal de R$ 70,00 por pessoa.
A vereadora Maristela Jesus Vernal Gregol, eleita pelo PT com 125 votos, até fevereiro, recebia do programa R$ 134,00 por mês, embora receba R$ 5.100,00 de salário da Câmara, além de ser esposa de um empresário da cidade e seus irmãos são prósperos fazendeiros no Paraguai.
Marista estava recebendo o beneficio desde janeiro de 2012, quando conseguiu sua inclusão no cadastro único que tem 2.331 famílias inscritas, mas só 64% recebem a ajuda oficial. A ex-bolsista reside numa casa de padrão classe média para uma cidade de 12 mil habitantes, onde 56% da população ganha um salário mínimo e mora nas aldeias da etnia Guarani-kaiowá localizadas no município, onde as casas são cobertas lonas plásticas.
Até a poucos dias, Maristela circulava pela cidade numa caminhonete F-250 (vendida para um familiar) que ela usou na carreata comemorativa da sua vitória nas urnas. Junto com a família, costuma passar as férias em cidades litorâneas, onde as horas de lazer nas praias e em passeios a mar adentro em escunas custam pelo menos duas vezes o valor do beneficio.
Segundo o ex-gestor municipal do Bolsa Família em Paranhos, Vilmar Rambo, que deixou o cargo em agosto, a exclusão da vereadora da relação dos beneficiários foi efetivada, depois que ela tinha acumulado o recebimento de R$ 264,00 só nos primeiros dois meses do ano. A medida só foi possível após o rastreamento promovido pela Secretaria Municipal de Assistência Social no cadastro dos beneficiários.
A irregularidade foi comunicada ao Ministério do Desenvolvimento Social que tomará as providências para vereadora devolver aos cofres públicos o dinheiro que recebeu indevidamente. A vereadora Maristela se elegeu pelo PT e recentemente se filiou ao PROS (Partido Republicano da Ordem Social).
Em contato com a reportagem do Região News, ela se negou a explicar porque mesmo tendo um bom padrão de vida, com o orçamento familiar reforçado em mais de R$ 5 mil após sua posse na Câmara, recebia o bolsa família que boa parte dos seus eleitores pleiteou e não conseguiu ser contemplado com o benefício. “Estou numa reunião”, limitou-se a informar e não atendeu mais as ligações da reportagem.
Região News