Encontro do PT em São Paulo serve para acalmar ânimos do partido
Ex-presidente Lula, senador Delcídio do Amaral e presidente Dilma Rousseff, todos do PT
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[caption id="attachment_22916" align="aligncenter" width="404"]Foto: arquivo
Foto: arquivo[/caption] O encontro nacional do PT (Partido dos Trabalhadores) que acontece hoje e amanhã em São Paulo servirá, entre outras coisas, para resolver alguns dos principais entraves do partido nas eleições 2014, tanto no âmbito nacional quanto em localidades regionais, como é o caso de Mato Grosso do Sul. Elaborado para fortalecer a pré-candidatura da presidente Dilma Rousseff e determinar as diretrizes do PT para as campanhas eleitorais deste ano, o encontro também será fundamental para colocar lado a lado Dilma e Lula e enterrar de uma vez por todas o movimento "Volta Lula", que tem ganhado força nos últimos dias, em especial, depois da divulgação de pesquisas eleitorais que mostram o crescimento do principal adversário da presidente Dilma, o senador tucano Aécio Neves. Lula e Dilma aparecerão juntos hoje na abertura oficial do evento, que está agendada para às 18h (horário de Brasília), e o ex-presidente também poderá ser anunciado como coordenador da campanha de reeleição de Dilma, conforme informações do Brasil 247. A entrada de Lula oficialmente na campanha de Dilma certamente irá aclamar muitos ânimos e diminuir as tensões internas do PT. Ter Lula coordenando a campanha de Dilma é praticamente ter Lula disputando a eleição. Para os petistas, a participação efetiva do ex-presidente na campanha de Dilma torna claro que ele é quem está na disputa, que os ideias e as diretrizes da campanha de Dilma são os mesmos de Lula e do PT. É como se Dilma e PT Nacional dissessem: "Olha, o Lula não é o candidato porque esse é o momento da Dilma, mas ele está ao lado dela e nada do que a presidente diz ou faz acontece sem o aval dele". Ânimos pantaneiros Outra fogueira que deve ser apagada nesse encontro é a aliança entre o PT e PSDB em Mato Grosso do Sul. O senador Delcídio do Amaral, pré-candidato do PT ao governo do Estado, está em São Paulo para conversar com a presidente Dilma Rousseff e com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, para tentar obter a autorização para compor aliança com o PSDB. Delcídio deveria ter anunciado a posição do PT na última quarta-feira, prazo estipulado pelos tucanos para que ele desse alguma reposta sobre a aliança. Embora, o pré-candidato petista não tenha ainda sua resposta, ele conseguiu estender o prazo e deixar a decisão para hoje. Vale observar que o intuito do senador, ao que tudo indica, não é apenas conquistar o aval da nacional e de Dilma e Lula para formalizar a aliança, mas também deixar claro aos principais líderes do PT que caso o partido sul-mato-grossense não seja autorizado a se unir formalmente aos tucanos, o PT aqui no Estado pretende buscar outras formas de permanecer ao lado do PSDB, do deputado federal Reinaldo Azambuja. O senador petista tem insistido na aliança com Reinaldo mesmo diante da negativa de Lula e de boa parte do PT de Mato Grosso do Sul, incluindo nomes, como o vereador Zeca do PT, que, antes eram favoráveis à parceria. Se Delcídio já sabe que não poderá se unir a Reinaldo e está tentando costurar outro acordo ou se ele pretende, de fato, insistir até o último momento e enfrentar as lideranças nacionais impondo uma aliança, seja branca ou não no Estado, ainda é cedo para afirmar. Por enquanto, tudo o que se tem são poucas informações e muitas especulações. Não é possível saber ao certo os planos de Delcídio nem os de Reinaldo, que, embora continue dizendo que luta pela aliança, já se encontrou em menos de uma semana, com alguns partidos como PSB, para discutir a construção de uma terceira via eleitoral no Estado. Heloísa Lazarini