SEM ANISTIA!
Esvaziado, ato de bolsonaristas é fiasco na Capital de MS e no RJ
Bolsonaristas querem livrar os golpistas de responderem por seus crimes
Um ato pró-anistia aos golpistas do 8 de janeiro, puxado pelo ex-mandatário inelegível Jair Bolsonaro (PL), realizado no domingo (16.mar.25), foi um verdadeiro fiasco em Campo Grande (MS) e no Rio de Janeiro, onde Bolsonaro protagonizou cenas e proferiu falas para livrar-se da justiça.
Em Campo Grande, o ato foi liderado pelo vereador André Salineiro (PL) e o deputado federal Ovando (PL). Eles, porém, conseguiram adesão de "dez gatos pingados" trajados com a camiseta da seleção, símbolo sequestrado para fins políticos pela extrema direita.
O número exato em Campo Grande foi de cerca de 176 pessoas – dava para contar nos dedos – que compareceram ao ato na capital sul-mato-grossense. Certa parte dos presentes eram funcionários dos políticos.
FIASCO CÁ, FIASCO LÁ
Percebendo que irá acabar preso e levado ao Complexo Penitenciário da Papuda, localizado no Distrito Federal, Bolsonaro quis puxar o ato para aliviar seus aliados e eleitores, cúmplices na tentativa de golpe de Estado, que levou à invasão e depredação dos prédios na Praça dos Três Poderes: o Palácio do Planalto (Executivo), o Supremo Tribunal Federal (Judiciário) e o Congresso Nacional (Legislativo).
A nível nacional, Bolsonaro repetiu o fiasco, levando apenas 26 mil pessoas à praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ). Isso no ápice do ato – enquanto o ex-mandatário berrava ao microfone sobre um trio elétrico.
Tão grande é o fiasco da extrema direita, que, para fins de comparação, o jogo do Flamengo x Fluminense, que ocorreu no mesmo horário no domingo no RJ, teve um público de 69.393 torcedores.
DISCURSO REGADO A 'MIMIMI'
Na ocasião, pouca coisa se aproveitou do discurso, exceto na parte em que Bolsonaro assume que será "preso ou morto". Sendo que a primeira opção está em curso. Ele alegou que "não sairá do Brasil!", isso porque seu passaporte está apreendido por Alexandre de Moraes.
O restante do discurso do inelegível foi regado ao "mimimi" de sempre, de que é perseguido e que não cometeu os crimes dos quais é acusado, mesmo que haja robustez de provas. No auge de seu delírio, o inelegível clamou para que saia candidato em 2026.
De MS, estiveram no RJ os deputados estaduais Coronel David e João Henrique Catan, além dos deputados federais Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, todos do PL.
CAPITAL ELEITORAL
Este foi o 4º ato de Bolsonaro depois de perder as eleições de 2022.
Com o avanço das investigações que apuram a tentativa de golpe de Estado no Brasil, e com o grande volume de provas, também é notada a perda de capital eleitoral da extrema direita quando se trata de Bolsonaro como líder.
Desde 2021, o inelegível organizou atos na capital carioca e em São Paulo. Onde ele oscila, mostrando que tem mais apoio em SP do que no RJ.
Em 7 de setembro de 2022, ele sequestrou a data do feriado nacional do Dia da Independência do Brasil e, assim, conseguiu levar 111 mil pessoas para um ato na mesma Copacabana, no Rio.
Em 25 de fevereiro de 2024, o inelegível fez um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, onde compareceram cerca de 350 mil bolsonaristas.
Três meses mais tarde, o extremista de direita organizou um ato em Copacabana, em 21 de abril de 2024, onde estiveram cerca de 45.000 pessoas.
Novamente em 7 de setembro, só que de 2024, fez um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, onde estiveram cerca de 60.000 pessoas.
Já neste ano, amargou o fracasso de levar apenas 26 mil pessoas à praia de Copacabana, com o chororô generalizado.
DESTINO DOS GOLPISTAS
O Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou mais de 400 golpistas pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, uma resposta firme contra aqueles que tentaram desestabilizar a democracia brasileira.
As sentenças refletem a seriedade com que o Judiciário tem tratado as ameaças ao Estado de Direito, demonstrando que os responsáveis por atos antidemocráticos não ficarão impunes.
No entanto, para outros 542 réus, a situação foi diferente: ao invés de enfrentarem um julgamento, optaram por assinar acordos com o Ministério Público Federal, onde o processo penal foi encerrado sem condenação, mas com a imposição de medidas alternativas.
Bolsonaro acredita que, se conseguir reverter a condenação de seus aliados, poderá também reverter sua própria condenação e inelegibilidade.