SAÚDE
Superalimentos ajudam a emagrecer?
Entenda o que são e como podem beneficiar a saúde e auxiliar a perda de peso

O mercado global de superalimentos foi estimado em US$ 182,47 bilhões em 2024, com projeção de uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 10,24% até 2029, atingindo os US$ 297,10 bilhões, segundo levantamento da Mordor Intelligence. O momento de expansão acompanha a busca por uma alimentação mais equilibrada, impulsionada pelo maior interesse em ingredientes naturais e saudáveis.
Também chamados de superfoods, os superalimentos são aqueles que se destacam pela alta densidade nutricional, oferecendo uma concentração de vitaminas, minerais, antioxidantes e outros compostos benéficos à saúde.
De acordo com o estudo, supergrãos — como amaranto, aveia e quinoa — contribuem para minimizar o risco de doenças crônicas e para o prolongamento da vida. Já os vegetais e extratos vegetais são destacados por fornecerem grande quantidade de nutrientes com baixa ingestão calórica.
Além de ajudarem na prevenção de doenças cardiovasculares e diabetes, os superalimentos podem acelerar o metabolismo e favorecer a perda de peso. No entanto, especialistas ressaltam que seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada, sem expectativa de efeitos rápidos ou milagrosos.
A nutricionista Whyllane Pinheiro, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), relatou à imprensa que não existe um superalimento capaz de promover sozinho o emagrecimento, assim como combater ou curar doenças. Segundo ela, o importante é a construção de hábitos alimentares saudáveis e equilibrados, com atenção à quantidade, frequência e qualidade.
Alguns superalimentos, como a chia, podem contribuir indiretamente para o processo de emagrecimento ao proporcionar maior saciedade. Rica em fibras e ômega-3, a semente auxilia na regulação do colesterol e na digestão.
No entanto, o endocrinologista Rodrigo Nunes Lamonier, diretor da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), alerta que o consumo da chia deve ser moderado para evitar efeitos adversos, como inchaço e constipação.
Outro alimento que tem ganhado destaque é o psyllium, uma fibra solúvel extraída da casca das sementes de Plantago ovata. Para esclarecer para quem é indicado o Psyllium, o Ministério da Saúde informa que ele pode ser usado para o tratamento de condições como a síndrome do intestino irritável e a constipação crônica temporária. Além disso, pode ajudar quando fezes amolecidas são desejáveis, como em casos de hemorroida.
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) explica que essa fibra absorve água e forma um gel no trato digestivo, aumentando a sensação de saciedade e reduzindo o apetite entre as refeições. Dessa forma, o consumo menor de alimentos ao longo do dia pode contribuir para o emagrecimento.
Superalimento auxilia na libido, fertilidade e perda de peso
Outro superalimento que tem atraído atenção acerca das suas propriedades nutricionais é a maca peruana (Lepidium meyenii), uma raiz originária dos Andes, conhecida por seu alto teor de vitaminas, minerais e aminoácidos essenciais.
Ao explicar para que serve a maca peruana, a nutricionista clínica funcional Débora Palos, em artigo publicado na Nav Dasa, afirma que um dos seus usos mais antigos e documentados é na melhora da fertilidade e libido. No entanto, ela também oferece diversos outros benefícios, como o aumento da energia e da resistência, sendo um aliado para quem pratica atividades físicas.
Embora não atue diretamente no emagrecimento, a maca pode influenciar indiretamente na perda de peso ao melhorar o rendimento no esporte. A nutricionista ressalta que uma perda de peso saudável envolve uma combinação de fatores: alimentação equilibrada, prática regular de exercícios e, em certos casos, acompanhamento médico.
“Alguns estudos sugerem que a maca pode ter um efeito positivo na saúde óssea, tanto pela ação hormonal como pelos minerais presentes na sua composição - como cálcio, magnésio e zinco - especialmente em mulheres na pós-menopausa, ajudando a preservar a densidade óssea e a reduzir o risco de osteoporose”, acrescenta Débora.