MASSACRE INDÍGENA
Choque atira à queima-roupa contra indígenas, em ataque violento na Aldeia
Ação é ilegal; braço da PMMS segue cometendo crimes. Indígenas protestavam por falta de água na aldeia
Imagens que chegam à redação do MS Notícias na manhã desta 4ª.feira (27.nov.24), mostram o Choque – braço da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul – agredindo e atirando a queima-roupa contra indígenas dentro das aldeias Bororó e Jaguapiru, em Dourados (MS).
“Hoje na mobilização por devido falta de água no território os policiais chegaram atirando na comunidade onde estão criança idosos, no momento vários pessoa foram presos no momento”, disse a Assembleia Geral do povo Kaiowá e Guarani (Aty Guasu), numa publicação no Instagram.
A violência da PM ocorre para impedir que os indígenas sigam com um manifesto iniciado na segunda-feira (25), me que realizaram bloqueio de trecho da MS-156 em Dourados em forma de protesto a falta de água nas aldeias Jaguapiru, Bororó e Panambizinho.
Para liberar a rodovia, os indígenas exigiam o mínimo, que os governos federal e estadual e as prefeituras de Dourados e de Itaporã assinem documentos se comprometendo a fornecer água em caminhões-pipa e a perfuração de poços para garantir o abastecimento.
Ao invés de mobilizar pelo atendimento, o governo estadual mandou tropas para agredirem os indígenas. ““A selvageria da Tropa de Choque teve início quando foi acionada para debelar um protesto pacífico dos indígenas para denunciar a falta de água crônica que aflige há décadas uma parte significativa da população da Reserva de Dourados. Os Policiais dispararam à queima roupa contra os Guarani Kaiowá e Terena, no vídeo é possível ver uma mulher ser atingida na perna, atiraram bombas na comunidade, prenderam com brutalidade alguns indígenas e mais uma vez levaram terror para um local onde tudo falta, menos violência gratuita praticada por agentes do governo estadual”, relatou o Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Assista:
Conforme a Constituição Federal, área indígena é de jurisdição federal, ou seja, a ação da Polícia Militar na aldeia Jaguapiru é ilegal e, conforme lideranças ouvidas, se tornou comum, como se a Reserva fosse apenas um bairro de Dourados.
“A Aty Guasu e o Conselho Terena, assim como o Cimi e demais organizações de apoio aos povos indígenas, têm denunciado a incessante e naturalizada violência policial no Mato Grosso do Sul contra os povos indígenas, com despejos ilegais, prisões sem motivo, envolvimento com milícias ruralistas e forte repressão a protestos de caráter pacífico”, completou o CIMI em nota.