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OPERAÇÃO CONTRAGOPLE

Kids Pretos e PF são presos por 'tramar' assassinato de Lula e Moraes

Grupo trabalhou no governo de Jair Bolsonaro, agindo com monitoramentos após reunião na casa de Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa)

(Goiânia - GO, 26/07/2019) O ex-presidente Jair Bolsonaro cumprimenta o General Mário Fernandes, preso na operação da PF contra golpe. Foto: Isac Nóbrega/PR

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou nesta 3ª feira (19.nov.24) a Operação Contragolpe contra militares suspeitos de planejar um golpe de Estado. 

O grupo, composto por "kids pretos" — também chamados de "forças especiais" (FE) — teria como objetivo prender ou executar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.

A lista de acusados inclui o secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL), Mario Fernandes,  hoje assessor no gabinete do deputado e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello (PL-RJ).

O plano estava sendo chamado de “Punhal Verde e Amarelo” e seria executado em 15 de dezembro de 2022. A lista de criminosos golpistas: 

A PF disse (em nota), que identificou que os conspiradores começaram a monitorar autoridades em novembro de 2022.

(Brasília - DF, 07/12/2016) O ex-presidente Michel Temer e Marcela Temer cumprimentam o General Mário Fernandes, preso nesta terça-feira (19.NOV.24), e sua esposa, Daniela Fernandes. Temer promoveu Mário na data desse imagem. Foto: Marco Corrêa/PR

O monitoramento teve início após uma reunião na casa do ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, no dia 12 de novembro de 2022.

No relatório, a PF informa que, entre as opções discutidas para "neutralizar" Moraes, estavam o uso de explosivos ou envenenamento em eventos públicos.

"Foram consideradas diversas condições de execução do ministro Alexandre de Moraes, inclusive com o uso de artefato explosivo e por envenenamento em evento oficial público. Há uma citação aos riscos da ação, dizendo que os danos colaterais seriam muito altos, que a chance de ‘captura’ seria alta e que a chance de baixa (termo relacionado a morte no contexto militar) seria alto", diz trecho.

"Ou seja, claramente para os investigados a morte não só do ministro, mas também de toda a equipe de segurança e até mesmo dos militares envolvidos na ação era admissível para cumprimento da missão de 'neutralizar' o denominado 'centro de gravidade', que seria um fator de obstáculo à consumação do golpe de Estado", prossegue a PF em trecho citado por Moraes.

Além de Moraes, o grupo cogitou também assassinar Lula e Alckmin.

A PF detalha que o codinome "Joca" se referia a Alckmin, como parte do plano de eliminar a chapa vitoriosa.

A organização suspeita de planejar o golpe estava dividida em cinco núcleos, segundo a PF:

  1. O primeiro núcleo se dedicava a ataques virtuais a opositores.
  2. O segundo envolvia ataques às instituições, como o STF e o TSE, e ao sistema de votação eletrônico.
  3. O terceiro núcleo tratava do plano de golpe de Estado e da abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
  4. O quarto grupo era responsável por ataques às vacinas contra a Covid-19 e às medidas sanitárias adotadas durante a pandemia.
  5. O quinto núcleo envolvia o uso indevido da estrutura do Estado para enriquecimento ilícito.

Entre as ações desse último grupo estavam o desvio de recursos e a falsificação de dados de vacinação.

A investigação revelou também a tentativa de ocultação de bens de alto valor recebidos por Jair Bolsonaro ou seus agentes públicos.