SINAL DE FUMAÇA
Cigarreiros mantinham homens ecravizados em fábricas de falsificação
Trabalhadores paraguaios eram submetidos a condições análogas à escravidão
A Polícia Federal, em colaboração com a Receita Federal e o Ministério do Trabalho e Emprego, deflagrou na manhã desta 4ª feira (9.out.24) as operações "Sinal de Fumaça", em Uberaba (MG), e "Nicotina Falsa", no Distrito Federal. Ao todo, mais de 170 policiais federais estão envolvidos no cumprimento de dois mandados de prisão e 41 de busca e apreensão, além de bloqueios e sequestro de bens dos suspeitos. As ordens foram expedidas pela 2ª Vara de Garantias de Goiânia e pela Justiça Federal em Uberaba.
Os mandados estão sendo cumpridos em diversas localidades, incluindo o Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Pernambuco. As investigações tiveram início após denúncias sobre a venda de cigarros falsificados ou contrabandeados nas cidades de Valparaíso de Goiás, no entorno do DF, e Uberaba.
Durante a apuração, foi identificado um esquema no qual trabalhadores paraguaios eram submetidos a condições análogas à escravidão em uma fábrica clandestina, responsável pela produção dos cigarros falsificados.
De acordo com o inquérito policial, os suspeitos inicialmente comercializavam cigarros legítimos, mas passaram a produzir e vender cigarros falsificados em busca de lucros maiores. A produção ilegal estaria localizada em Minas Gerais.
A Polícia Federal obteve amostras dos cigarros vendidos, e laudos periciais confirmaram que o produto era falsificado. Apesar da aparência modesta das distribuidoras em Valparaíso de Goiás e Uberaba, o grupo movimentou aproximadamente R$ 1,4 bilhão por meio do esquema.
Para transportar os cigarros pelas rodovias brasileiras, a quadrilha falsificava documentos e notas fiscais, burlando as fiscalizações. Os investigados poderão responder por crimes como falsificação de cigarros, fraude tributária, comércio de produtos impróprios para consumo, trabalho escravo e lavagem de dinheiro.