ARUANDA
Curandeiros da net vendiam lubrificante à base maconha: 'X4pa X4ana'
Grupo fazia consulta e indicava a dosagem dos derivados de cannabis
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na 3ª feira (24.set.24), a Operação Aruanda, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa que vendia ilegalmente produtos à base de cannabis, incluindo um lubrificante íntimo vaginal chamado X4pa X4na. Além de medicamentos com supostos benefícios terapêuticos, os produtos eram anunciados em redes sociais como cura para diversas doenças.
O grupo não apenas vendia os produtos ilegalmente, mas também realizava consultas (anamnese) e indicava a dosagem dos derivados de cannabis, praticando curandeirismo e exercício ilegal da medicina, colocando em risco a saúde de milhares de pessoas.
Os investigados cultivavam maconha e produziam diversos derivados em um laboratório localizado em Pirenópolis (GO). Também fabricavam alimentos com drogas, como chocolates e brownies à base de cogumelos alucinógenos (psilocibina) e cannabis, e os comercializavam sem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esses produtos eram enviados para várias partes do Brasil, com destaque para o Distrito Federal.
Os criminosos chegaram a prescrever essas substâncias até para animais de estimação, enviando drogas para uma médica veterinária do DF. A venda de alimentos contendo drogas representava um risco ainda maior, especialmente para crianças e adolescentes. Segundo a Anvisa, o uso dessas substâncias pode causar sérios danos à saúde e até levar à morte.
A operação resultou no cumprimento de dois mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão em Anápolis (GO), Pirenópolis (GO) e no Distrito Federal, com dois investigados presos em flagrante. A ação contou com o apoio da Polícia Civil de Goiás (PCGO) e dos Correios.
Os envolvidos responderão por crimes como exercício ilegal da medicina, curandeirismo, charlatanismo, tráfico interestadual de drogas, associação para o tráfico e disseminação de espécies que possam causar danos ao meio ambiente, com penas que podem chegar a 39 anos de reclusão.