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CARTÃO VERMELHO

Mesmo proibido, Cezário continuava a se reunir com dirigentes e a influenciar decisões da FFMS

Comportamento o levou a ser preso novamente pelo Gaeco

Francisco Cezário, ex-presidente da FFMS - Arquivo

Francisco Cezário, ex-presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), foi preso na manhã desta 4ª feira (28.ago.24) pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), após ser flagrado desrespeitando medidas cautelares que o impediam de exercer qualquer função na entidade esportiva.

Mesmo afastado oficialmente de suas funções desde maio de 2024, quando foi alvo da Operação Cartão Vermelho, Cezário continuava a se reunir com dirigentes de clubes e a influenciar decisões da Federação.

A prisão preventiva foi solicitada pelo Gaeco e acatada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, que havia anteriormente imposto restrições ao ex-dirigente. As investigações revelaram que Cezário mantinha encontros em sua residência com presidentes de clubes e outros dirigentes esportivos, além de acompanhar de perto as reuniões da FFMS, o que configurou violação das ordens judiciais.

Além da prisão, um mandado de busca e apreensão foi cumprido na residência de Cezário. A ação reforça as investigações em curso sobre irregularidades na gestão da FFMS, conduzidas pelo Gaeco.

Esquema

Investigações do Gaeco revelarem um esquema de desvio de recursos da FFMS, que somam mais de R$ 10 milhões. O ex-dirigente já havia sido preso em maio deste ano durante a operação Cartão Vermelho, que revelou irregularidades na utilização de verbas provenientes do governo estadual e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Cezário, que esteve preso por 15 dias anteriormente, foi solto por decisão liminar da desembargadora Elizabete Anache, após sofrer um princípio de infarto que o levou a ser internado no Hospital da Cassems, onde passou por um procedimento de cateterismo.

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) denunciou Francisco Cezário e outras 11 pessoas pelos crimes de organização criminosa, peculato, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. O montante desviado, inicialmente estimado em R$ 6 milhões, foi posteriormente recalculado para mais de R$ 10 milhões.

O MPMS também pediu o pagamento de R$ 20 milhões para reparação dos danos causados, sendo metade para a FFMS e a outra metade como indenização por danos morais coletivos.