TECNOLOGIA
95% dos usuários da América Latina esperam um aumento na adoção de criptomoedas
A América Latina é uma das regiões mais promissoras para a adoção de criptomoedas. Uma pesquisa realizada pela Binance revela que 95% dos usuários esperam que a adoção dessas moedas digitais cresça nos próximos cinco anos. Este otimismo não é infundado, considerando o grande aumento no número de usuários e o crescimento da aceitação das criptomoedas como uma alternativa viável às moedas tradicionais.
Crescimento na adoção de criptomoedas
No Brasil, a adoção de criptomoedas em comércios tem aumentado, demonstrando o interesse tanto de consumidores quanto de empresas em utilizar essas moedas digitais como forma de pagamento. Um estudo revelou que o número de comércios globais que aceitam criptomoedas como método de pagamento aumentou em 42% nos últimos dois anos, uma tendência que também se reflete no mercado brasileiro.
Este crescimento é apoiado pela proliferação de caixas eletrônicos de criptomoedas e pelo aumento da confiança dos consumidores em relação à tecnologia blockchain e seus benefícios potenciais, como redução de custos e tempos de transação.
O mercado de criptomoedas na América Latina é bastante diversificado, com uma variedade de produtos pensados para atender a diferentes perfis de investidores. Sendo aceitas e integradas nos diversos setores, é cada vez mais comum que as pessoas se perguntem qual criptomoeda comprar hoje. Desde stablecoins até memecoins, as moedas digitais estão sendo aceitas em pequenos comércios e em grandes indústrias.
Mas o aumento não foi apenas no número de usuários de criptomoedas. Na América Latina também houve um grande crescimento na infraestrutura que suporta essas transações. Segundo o relatório da Triple-A, "The State of Global Cryptocurrency Ownership in 2024", cerca de 562 milhões de pessoas em todo o mundo possuíam algum tipo de criptomoeda no final de 2023, o que representa um aumento de 33% em relação ao ano anterior. Especificamente na América do Sul, a adoção cresceu 116%, alcançando 55,2 milhões de usuários.
O Brasil liderou o crescimento na utilização de aplicativos de criptomoedas, com um aumento impressionante de 196% nas instalações desses aplicativos, refletindo o engajamento dos usuários com o mercado de criptoativos. Além disso, o país está avançando na regulamentação do setor. O Marco Legal de Criptoativos, implementado recentemente, tem como objetivo proporcionar um ambiente mais seguro, aumentando a proteção dos investidores e atraindo mais participantes para o mercado.
Investimentos institucionais impulsionam o mercado
Além do interesse por parte dos usuários comuns, o mercado de criptomoedas na América Latina também tem atraído investidores institucionais. Produtos inovadores, como os ETFs de Bitcoin e Ether, foram lançados, facilitando o acesso e a diversificação de investimentos no mercado cripto. No Brasil, os ETFs de criptomoedas têm sido particularmente populares, com uma variedade de fundos disponíveis que oferecem exposição a diferentes criptoativos.
Esses fundos facilitam o acesso e a diversificação de investimentos no mercado cripto para uma ampla gama de investidores. A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) divulgou que os ETFs de criptoativos são não só ativos, mas também rentáveis, com destaque para fundos como o HASH11 e o BITH11, que apresentaram um grande aumento em seu patrimônio ao longo do tempo. Essa movimentação reflete o crescimento do interesse no setor de criptomoedas entre os investidores brasileiros.
Além disso, a adoção de ETFs está preparada para impulsionar ainda mais a participação institucional, com projeções indicando que o lançamento de novos ETFs, especialmente nos Estados Unidos, poderá atrair um volume enorme de capital para o mercado, beneficiando o ecossistema de criptomoedas como um todo.
Binance Pay, por exemplo, reportou um aumento de 61% em usuários ativos e um aumento de 105% no número de transações na região durante o último ano. Esses dados sublinham a confiança e o interesse tanto de investidores individuais quanto de instituições. Analistas como os da Hashdex e Coinext têm apontado para um "horizonte promissor" para as criptomoedas em 2024, com um aumento na adoção por grandes investidores e melhorias na infraestrutura do mercado.
Impacto nos preços e regulamentação
Apesar da volatilidade recente, a expectativa para os preços das criptomoedas permanece positiva. De acordo com a mesma pesquisa da Binance, 86% dos usuários na América Latina esperam que os preços das criptomoedas aumentem até o final de 2024. As principais criptomoedas, como Bitcoin, Ethereum, BNB e Solana, já demonstraram um desempenho positivo desde o início do ano, o que reforça essa perspectiva otimista.
A legislação do setor, no entanto, ainda está em construção na maioria dos países. A legislação sobre criptomoedas no Brasil avançou bastante esse ano. A Lei 14.478/22, que regulamenta o setor de ativos virtuais, já está em vigor. A regulamentação introduz definições claras sobre o que são ativos virtuais e as obrigações das prestadoras de serviços nesse setor, além de estabelecer penalidades específicas para crimes como estelionato e lavagem de dinheiro utilizando criptoativos.
O Banco Central do Brasil foi designado como o órgão regulador, e está encarregado de estabelecer normas operacionais para o setor, incluindo prazos para as empresas se adaptarem às novas regulamentações. Essas mudanças visam trazer mais segurança para os investidores e usuários, coibindo fraudes e aumentando a transparência das operações com criptomoedas.
O Chile também está trabalhando para proporcionar clareza e promover a inovação responsável no ecossistema de criptomoedas, atraindo investimentos e talentos para seu setor em crescimento. Em contraste, outros países ainda estão na fase inicial de desenvolvimento de suas legislações, debatendo e desenhando as diretrizes que irão nortear o setor.